Equipes do Corpo de Bombeiros de Montes Claros percorrem a cidade desde a madrugada para atender solicitações dos moradores. Segundo a corporação, desde o registro do tremor, o 193 recebeu pelo menos 100 ligações. No entanto, a maioria era de pessoas assustadas e curiosas sobre o ocorrido.
ANÁLISE Diante do número de ocorrências, o observatório da UNB divulgou em seu site um estudo sobre a atividade sísmica que vem ocorrendo em Montes Claros. O tremor mais forte na cidade foi registrado em maio de 2012, atingindo 4 pontos na escala Richter. Análises preliminares feitas pelo observatório indicam que trata-se de uma falha inversa, cuja movimentação é causada por tensões geológicas naturais do tipo compressão, de direção aproximadamente Leste-Oeste.
“Os tremores têm origem a profundidades entre 1 e 2 km, aproximadamente, ou seja, em rochas cristalinas da parte superior da crosta, abaixo da camada de calcário (resultado ainda a ser confirmado por estudos mais detalhados)”, explica o texto da universidade, que também descarta a relação dos tremores com as pedreiras no município. “Não há evidência de que a exploração nas pedreiras tenha relação com a atividade sísmica. Não é possível prever se a atividade vai continuar diminuindo ou se haverá novo surto com algum tremor de magnitude superior a 4.”
Observatório Sismológico da UNB também esclarece que os tremores de magnitude 4 ou maior acontecem duas vezes por ano no Brasil, em média. Assim, a atividade sísmica em Montes Claros não é considerada incomum.
“O cenário mais provável, é que a atividade diminua gradualmente com alguns tremores ocasionais de magnitude perto de 3. A probabilidade de ocorrer outro tremor maior, é estimada em 1% (baseado em estatísticas de outros casos no Brasil). Mesmo com probabilidade pequena, recomenda-se reforçar as casas frágeis próximas à área epicentral”, finaliza a instituição.