A terra voltou a tremer na noite de segunda-feira em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB), confirmou que às 23h55 ocorreu um abalo de 3.0 na escala Richter. No início da manhã, o centro de pesquisa havia informado que o tremor alcançou 2.8 na escala, mas uma nova leitura de dados corrigiu o valor. O epicentro do tremor foi há 3 quilômetros da área urbana da cidade. O fenômeno assustou muitos moradores, que estavam dormindo. Nos último dias ocorreram seis tremores na cidade, cinco deles somente no domingo, sendo os mais fortes com 3.8 e 3.9 na escala Richter.
Equipes do Corpo de Bombeiros de Montes Claros percorrem a cidade desde a madrugada para atender solicitações dos moradores. Segundo a corporação, desde o registro do tremor, o 193 recebeu pelo menos 100 ligações. No entanto, a maioria era de pessoas assustadas e curiosas sobre o ocorrido. Seis chamadas relatavam trincas e rachaduras em imóveis que podem ter aparecido depois do abalo. Os bombeiros informaram que a Defesa Civil também acompanha as ações nesta terça.
ANÁLISE Diante do número de ocorrências, o observatório da UNB divulgou em seu site um estudo sobre a atividade sísmica que vem ocorrendo em Montes Claros. O tremor mais forte na cidade foi registrado em maio de 2012, atingindo 4 pontos na escala Richter. Análises preliminares feitas pelo observatório indicam que trata-se de uma falha inversa, cuja movimentação é causada por tensões geológicas naturais do tipo compressão, de direção aproximadamente Leste-Oeste.
Observatório Sismológico da UNB também esclarece que os tremores de magnitude 4 ou maior acontecem duas vezes por ano no Brasil, em média. Assim, a atividade sísmica em Montes Claros não é considerada incomum.
“O cenário mais provável, é que a atividade diminua gradualmente com alguns tremores ocasionais de magnitude perto de 3. A probabilidade de ocorrer outro tremor maior, é estimada em 1% (baseado em estatísticas de outros casos no Brasil). Mesmo com probabilidade pequena, recomenda-se reforçar as casas frágeis próximas à área epicentral”, finaliza a instituição.