O anúncio de corte foi feito logo depois de Paschoalin comandar a reunião do setor para avaliar os impactos da suspensão da nova tarifa. Ainda de acordo com o sindicalista, a implantação da nova etapa do Move, sistema de transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês), no corredor da Avenida Cristiano Machado, prevista para começar no sábado, pode não ocorrer.
“Nossa área técnica está fazendo os levantamentos, dentro da margem do contrato, para minimizar os impactos da falta de caixa. Com isso, cerca de 2 mil viagens que são realizadas nos horários entre picos, podem ser suspensas, de forma a conseguir uma redução do quadro de pessoal e das despesas. Já o Move, mesmo com os veículos que já estão nas garagens, não faz sentido colocá-los em circulação, já que representa um custo maior de operação. Chegamos ao limite e não temos como operar sem recursos”, disse o dirigente.
Joel Paschoalin argumenta que a suspensão do reajuste das tarifas trouxe reflexos no mercado financeiro, o que afetou o setor empresarial. “Desde a assinatura dos contratos, em 2008, os aumentos das passagens têm sido abaixo da inflação.
O presidente do Setra-BH fala em uma redução de 1,5 mil do quadro de funcionários caso haja suspensão das viagens. Segundo ele, o sindicato vai encaminhar ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) pedido de adiamento da convenção trabalhista assinada no mês passado. “Acordamos um ganho real dos trabalhadores acima do INPC, com reajuste superior a 12% e redução de jornada. Mas vamos pedir o adiamento do acordo trabalhista, pois não temos como honrar esse compromisso”, afirmou Joel Paschoalin. .