Duas estelionatárias que agem há quase 10 anos aplicando o golpe do “achadinho” no Centro de Belo Horizonte foram presas pela Polícia Civil. Milta Rodrigues Soares, de 44 anos, e Vanusa Rodrigues de Souza da Silva, de 38, moram em Santa Luzia e se deslocam para a capital em busca de vítimas. Ela já foram presas várias vezes, mas voltam para as ruas e são reincidentes no crime. A polícia acredita que somente nos primeiros meses deste ano elas tenham feito cerca de 90 vítimas.
Segundo o delegado Marcello de Andrade Paladino, da 4ª Delegacia de Polícia Centro, as duas aplicam golpes desde 2005, escolhendo geralmente idosas como vítimas. Milta e Vanusa são vizinhas, saem de casa na Grande BH para cometer uma rotina de crimes quase que diariamente. Elas monitoram o entorno de agências bancárias, geralmente para escolher pessoas que acabaram de receber os salários.
Uma delas chega até a vítima mostrando um pacote e dizendo que acabou de encontrar.
O inesperado é que neste prédio a vítima, teoricamente chamada para receber uma recompensa, não pode entrar com a bolsa. Uma das golpistas guarda os pertences para que a pessoa se dirija ao andar onde receberá o “mimo”, no entanto a vítima não encontra nada. Ao retornar, as estelionatárias já fugiram com a bolsa sem deixar qualquer rastro.
Segundo o delegado, uma das vítimas encontradas pela polícia é uma idosa com problemas de visão. Ela teve dificuldade de reconhecer Milta e Vanusa porque não tinha os óculos, que foram roubados junto com a bolsa pelas golpistas. O dinheiro da mulher também foi levado, por isso ela ficou sem condições de fazer novos óculos.
Conforme o delegado Paladino, Milta esteve presa de junho a dezembro do ano passado e quando saiu da cadeia voltou a agir nas ruas. De aproximadamente 90 vítimas enganadas somente em 2014, 10 já reconheceram as mulheres na delegacia. O delegado ainda investiga se elas agem com outras comparsas.
As suspeita negaram os crimes. Conforme o delegado, as duas mudam frequentemente de aparência – cortando e pintando os cabelos – para dificultar a identificação. Enquanto se escondem da polícia, desenvolvem cada vez mais a habilidade de enganar as pessoas com um tratamento cordial e carinhoso na abordagem às vítimas. Segundo o delegado, elas chegam a abraçar algumas pessoas na rua com intuito de convencê-las. .