As polícias de Minas e Piauí trabalham juntas para desvendar o mistério envolvendo uma recém-nascida de 12 dias apreendida quinta-feira à noite na casa da dona de casa Amanda Suellen de Freitas, de 27 anos, no Bairro Pompéia, Região Oeste de Belo Horizonte. Uma declaração diz que a criança nasceu em 31 de março, em uma maternidade de Teresina (PI), mas os pais que constam no documento foram localizados em Goiânia (GO). Eles disseram que estavam com a filha e que a menina encontrada em Belo Horizonte não era deles. Amanda diz ter recebido a criança do amigo André Alves da Silva, de 34. Os dois foram detidos em flagrante pela acusação de subtração de incapaz, pela delegada de proteção à Criança e ao Adolescente Cláudia Marra.
Policiais militares do 22º Batalhão da PM receberam denúncia anônima sobre um suposto tráfico de crianças e encontraram o bebê, sem nome e sem documento, na casa de Amanda. Ela disse ter sido procurada no dia 6 pelo amigo André, que estava com a recém-nascida. O homem, segundo ela, disse que a mãe havia rejeitado a filha e que a entregou a ele para criar.
À polícia, André disse ser amigo de Francisco e que este telefonou de Goiânia, onde mora, pedindo-o para buscar o bebê, pois a sua mulher havia sofrido depressão pós-parto. O pai, segundo André, lhe deu a bolsa com os pertences da menina e o documento da clínica, afirmando que se mudaria dias depois para Belo Horizonte, onde pegaria a criança de volta.
Em sua versão, André voltou para Belo Horizonte no Honda Civic de Francisco, acompanhado de uma mulher de pele clara, cabelos louros e olhos verdes, aparentando 29 anos, que seria irmã do pai do bebê. A mulher teria levado o carro de volta para Goiânia. Como Amanda é mãe e tem experiência com crianças, André disse tê-la procurado para cuidar da menina. Ele contou que Amanda pediu explicações a ele sobre o bebê e que ele disse apenas que era o pai.
CONTATO Os PMs pediram ajuda à polícia de Teresina para tentar localizar os pais do bebê pelo endereço que consta na declaração da clínica. O casal já não morava no local, mas os vizinhos deram o número do telefone celular do suposto pai. Os militares conseguiram falar com Francisco e ele disse que estava morando em Goiânia com a mulher. Acrescentou que a família é cigana e que a filha estava com eles naquele exato momento.
O Conselho Tutelar foi acionado pela PM e a criança foi levada para o Hospital Infantil João Paulo II, para avaliação médica.