A vegetação de uma cidade também passa por planejamento e manutenção. E, para isso, uma das ferramentas legais é o plano diretor de arborização urbana, um documento com força de lei, por meio do qual a administração municipal estabelece as diretrizes da implantação e conservação das árvores. Os municípios mineiros caminham a passos lentos nessa direção e, até agora, o mais próximo disso é a elaboração de inventários que permitirão saber a situação das plantas – exemplo sendo seguido por Belo Horizonte e Timóteo, no Vale do Aço. Ontem, a importância do plano foi discutida durante seminário na capital.
A ideia é sensibilizar os gestores sobre a importância do documento, por meio do qual são estabelecidos diversos parâmetros, como a definição de áreas a serem arborizadas, locais onde as árvores não podem ser plantadas, quais espécies devem ter prioridade e até mesmo técnicas adequadas de poda e manutenção. O engenheiro agrônomo Pedro Mendes, da Cemig, destaca que o plano diretor é um documento elaborado no âmbito da cidade e que o inventário é o ponto de partida. Nele, devem constar informações como quais e quantas são e onde estão as árvores, quais se adaptam melhor ao ambiente da cidade ou quais espaços devem ser priorizados.
Embora a legislação brasileira não determine a elaboração do plano diretor, a Cemig tem orientado as prefeituras a fazê-lo. “Árvore é investimento e plantá-la custa dinheiro. O plano pode auxiliar a destinar melhor esses recursos”, afirma Pedro Mendes.
O inventário de BH já catalogou 184,3 mil árvores, de um total estimado de 465 mil. Depois de vários anos sendo anunciado, o trabalho finalmente começou em 2011, com promessa de conclusão em um ano. Passados dois anos, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente não fala mais em prazos. Os técnicos já analisaram exemplares das regiões Leste, Oeste e Noroeste e estão agora na Centro-Sul. Eles verificam as condições do tronco, copa, altura, espécie, entre outros dados. Segundo os resultados obtidos, 58,7% das árvores estão em passeios, 32% se encontram nos afastamentos frontais de lotes e o restante (9,3%), em praças e canteiros centrais. As espécies mais comuns detectadas até agora são murta, sibipiruna, quaresmeira, licuri, ipê rosado, leucena, ficus benjamin, bauhínia, resedá e castanheira.
DISCUSSÃO
O seminário de arborização, iniciativa da Cemig em parceria com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), termina hoje. O objetivo é tratar de boas práticas de arboricultura, com o intuito de aprimorar o trabalho de profissionais envolvidos com planejamento urbano, distribuição de energia elétrica e arborização. São discutidos temas como arborização no contexto das cidades, empreendimentos imobiliários e arborização, licenciamento ambiental, habilitação dos profissionais para o trato da arboricultura, entre outros temas relacionados.
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