Jornal Estado de Minas

Pistola apreendida em Ribeirão das Neves pode ter sido roubada da Central de Escoltas

Apesar de ter as mesmas características das pistolas usadas pelos agentes penitenciários e um florão da República, a pistola apreendida teve a sua numeração raspada

Mateus Parreiras
A Polícia Civil investiga se uma pistola calibre .40 apreendida na noite de anteontem, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, é parte do arsenal de 45 armamentos roubados da Central de Escoltas da Penitenciária Antônio Dutra Ladeira, no dia 24 de março.
A arma de fogo foi encontrada com dois suspeitos, no Bairro Veneza, após denúncia anônima. Apesar de ter as mesmas características das pistolas usadas pelos agentes penitenciários e um florão da República – brasão impresso no punho de armas das forças de segurança pública –, a pistola apreendida teve a sua numeração raspada, o que impede a confirmação imediata de sua origem. De acordo com a assessoria de imprensa da corporação, a arma será periciada nesta semana, para saber se é uma das que foram levadas.

De acordo com informações da 223ª Companhia da Polícia Militar, de Ribeirão das Neves, denúncias feitas por telefone davam conta de que um rapaz estava empunhando uma arma próximo a um bar, na Rua Antônio Benjamim Alves, no Bairro Veneza. Militares da guarnição Tático Móvel foram ao local e revistaram o suspeito, Joanes Roberto de Jesus, de 25 anos, mas não encontraram nada com ele. Ao vasculhar outras pessoas que estavam no bar suspeitaram de uma senhora de 45 anos que confessou estar guardando a pistola para Joanes. Os dois foram levados para a delegacia de plantão de Ribeirão das Neves, onde foram indiciados por porte ilegal de arma de uso reservado e podem ser investigados pelo roubo do arsenal.

CRIMES O suspeito responde na Justiça por dois crimes em sigilo de Justiça, um no fórum Ribeirão das Neves e outro no Tribunal de Justiça de Belo Horizonte, onde também é réu no Tribunal de Júri pelo assassinato do adolescente R.O.E.S, de 16 anos, em 2011. De acordo com a PM, Joanes tem outras passagens por tentativa de homicídio, tráfico de drogas e é conhecido pelos policiais que patrulham a área por seu envolvimento com criminosos da região, sobretudo traficantes de entorpecentes.

No dia do roubo, nove agentes penitenciários estavam de plantão na Central de Escoltas.
De acordo com depoimento deles à Polícia Civil, depois de uma refeição suspeita de ter sido envenenada, alguns passaram mal e outros dormiram, sendo dominados por homens armados que invadiram o local e levaram 39 pistolas .40, seis submetralhadoras .40, 1.640 cartuchos de calibre .40 e 12 de fuzil calibre 556. Os agentes que prestavam plantão naquele dia foram afastados de suas atividades e ainda são investigados pelo roubo..