Um policial militar teve a casa incendiada em Ubá, na Zona Da Mata mineira, por criminosos em uma ação que é classificada pela PM como represália a uma operação da corporação que terminou com a morte de um jovem no Bairro Talma, na Região Central da cidade, nesse sábado. Segundo o chefe da assessoria de comunicação do 21° Batalhão, capitão José Procópio Correia, durante uma abordagem, o rapaz teria ameaçado atirar contra os militares, que o balearam durante uma tentativa de fuga. Cerca de 24 horas depois, a casa de um agente da PM Rodoviária que reside na região, mas não tinha qualquer ligação com a ocorrência, foi atacada. O efetivo ainda é reforçado no bairro nesta segunda para garantir a segurança no local.
Na versão contada pelos militares que participaram da operação, os policiais teriam tentado socorrer o jovem, mas foram impedidos pelos companheiros do suspeito, que chamaram a família do rapaz e disseram que ele estava desarmado. “Eles se aproveitaram do fato de que a PM havia apreendido a arma para dizer aos parentes da vítima que aquele foi um tiro de covardia, que ele não havia reagido”, diz o capitão. A notícia se espalhou entre os moradores que começaram a protestar e jogar pedras contra os policiais, que precisaram chamar reforço.
O militar que efetuou o disparo foi preso e encaminhado ao batalhão para prestar esclarecimentos. Nesse domingo, a casa de outro policial sem qualquer relação com a operação de sábado foi alvo de um coquetel molotov, arma química incendiária, que combina diversos líquidos inflamáveis. Um quarto foi completamente destruído pelas chamas e a cozinha teve vários eletrodomésticos queimados. "Ele não tinha nada a ver com a história, é policial rodoviário. Mas foi atacado por ser militar e morar no mesmo bairro em que ocorreu o fato", explica o capitão Procópio. Para garantir a segurança no bairro, vários militares reforçam o policiamento na região. A PM já tem informações sobre os responsáveis pelo incêndio, mas ninguém foi preso ainda. “Vamos esperar um mandado judicial. Não queremos criar uma situação de estresse muito grande com a população, por isso vamos aguardar a conclusão das investigações. Não queremos invadir”, afirma o capitão.