Jornal Estado de Minas

Mãe reconhece criança abandonada com ferimentos graves no Barreiro

Fundação responsável pelo João XXIII informou que a mulher procurou o menino no hospital na quarta-feira. Criança foi encontrada com marcas de agressão e afundamento de crânio

Cristiane Silva
No Bairro Diamante, o menino não havia sido reconhecido por nenhum morador da Rua Professor Frederico Rangel ou do entorno - Foto: Reprodução/TV Alterosa



O menino que foi encontrado na semana passada em um lote vago no Bairro Diamante, Região do Barreiro, foi reconhecido pela mãe na noite de quarta-feira. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig). A criança está internada no Hospital João XXIII desde o dia 16 de abril. Oestado de saúde dela e estável e ainda respira com a ajuda de aparelhos.

Por meio da assessoria de imprensa da Polícia Civil, o delegado Júlio Zica, da 2ª Delegacia do Barreiro, responsável pelas investigações, confirmou o fato e disse que a mulher foi até o hospital após registrar o desaparecimento do filho. Ela disse que o menino tem o hábito de ficar na rua, costuma sair e demorar para voltar. Segundo ela, a criança estava desaparecida desde o dia 17, quinta-feira passada, na região do Bairro Santa Rita de Cássia, Centro-Sul de BH. Porém, somente ontem, dia 23, ela procurou a Delegacia de Desparecidos para registrar o caso.
Lá, ela foi informada sobre o menino que estava internado no HPS, com as mesmas características de seu filho, e foi até o hospital.

O delegado explicou que as investigações continuam. A equipe deve voltar ao local onde o menino foi encontrado e a mãe deve prestar depoimento, mas ele não revelou a data. A polícia também não informou o nome da mãe, nem as iniciais da criança, que tem 10 anos. 

O menino foi localizado na Rua Professor Frederico Rangel no início da manhã do dia 16 – um dia antes da data do desparecimento informada pela mãe na Delegacia de Desparecidos. Ele estava inconsciente e tinha um ferimento grave na cabeça. Ele estava usando a bermuda de uniforme de uma escola infantil da Região Noroeste de Belo Horizonte, mas a diretora relatou que a unidade não atende mais alunos da idade da criança.

Quando foi encontrado, ele estava descalço e com fraturas múltiplas na cabeça. Teve afundamento do crânio e na nuca e perda de massa encefálica. O homem que encontrou a criança avisou um guarda municipal da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Diamante e o agente chamou a Polícia Militar. Ele foi socorrido por uma viatura do 41º Batalhão e, no caminho, sofreu uma parada cardiorrespiratória, sendo reanimado quando deu entrada na UPA. Depois, foi transferido para o HPS.

Desde então, polícia e assistentes sociais do hospital começaram a busca por familiares. No Bairro Diamante, o menino não havia sido reconhecido por nenhum morador da Rua Professor Frederico Rangel ou do entorno.
Ninguém também ouviu nem viu nada suspeito. Na ocasião, a polícia encontrou no matagal um par de óculos escuros e um chinelo na rua. (Com informações de Junia Oliveira).