Jornal Estado de Minas

Preso homem que usava nome do irmão para se esconder da polícia

Ele e investigado por quatro homicídios. Ele já esteve preso por tráfico, as conseguiu fugir da cadeia em 2010

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri Andréa Silva
Matias José Alves Ferreira era foragido da Penitenciária José Maria Alckmin - Foto: Paulo Filgueiras/EM DA Press
A Polícia Civil prendeu um homem suspeito de pelo menos quatro homicídios, que fugiu da cadeia em 2010 e usava o nome do irmão para não ser encontrado. Matias José Alves Ferreira se escondia na identidade Matiele Alves Ferreira. A polícia chegou até o suspeito por causa das investigações da morte de Wellington Leão da Silva, 25.

De acordo com o Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), Matias era líder do tráfico no Bairro Bonanza em Santa Luzia, na Grande BH, e Wellington era usuário de drogas. Segundo a polícia, o crime teve relação com dívida do tráfico.

Em 2010, Matias esteve preso na Penitenciária José Maria Alckmin, em Ribeirão das Neves, por crime de tráfico e porte ilegal de armas. Quando passou para regime semi-aberto, saiu para trabalhar e não voltou para a cadeia. A partir desse momento, assumiu a identidade do irmão que tinha ficha limpa.

Com o nome de Matiele, comandou o tráfico junto com a esposa e ganhou o carisma da população ajudando a conseguir remédios, comida e gás de cozinha. Ninguém da comunidade do Bonanza sabia o verdadeiro nome do traficante, que ficou famoso como Matiele.


Ele é suspeito de cometer outros homicídios, cujos relatos em boletins de ocorrência citam o nome de Matiele. Ele nunca foi qualificado com autor dos crimes, por isso continuou sem ficha criminal, mas a polícia estava no encalço dele por causa de tantas citações em casos de homicídio.

No último dia 18, o suspeito estava dentro de um carro roubado e foi perseguido por policiais militares em Santa Luzia. Ele se apresentou como Matiele, ficou preso na delegacia pela receptação do veículo roubado, mas deixaria a cadeia no dia seguinte após pagamento de fiança. Como ele deu o nome de Matiele, no histórico da polícia não havia qualquer registro, assim poderia pagar a quantia estabelecida e sair da prisão.

No entanto, policiais do DIHPP souberam da prisão de Matiele – muito citado em casos de homicídio – e foram até a delegacia em Santa Luzia para verificar a situação, antes que ele deixasse a unidade. Foi neste momento que toda a história e Matias foi descoberta. A polícia o desmascarou e viu que ele usava o nome do irmão para esconder histórico criminal.

Além da morte de Welington, o suspeito também é investigado pela morte de Jobert Rosa Lacerda e Juliano César Paulino Sales. Um quarto homicídio também é apurado pela polícia. O DIHPP ainda não conseguiu encontrar o verdadeiro Matias..