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Estado de Minas

Estudante que provocou acidente com morte de jovem no Belvedere vai a júri

Michael Donizete Lourenço, de 22 anos, dirigia uma Land Rover a 140 km/h quando se envolveu na batida. Perícia constatou que ele disputava um racha


postado em 25/04/2014 19:38 / atualizado em 25/04/2014 19:47

O motorista chegou a ser preso, mas responde o processo em liberdade(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A.Press)
O motorista chegou a ser preso, mas responde o processo em liberdade (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A.Press)

O estudante Michael Donizete Lourenço, de 22 anos, que dirigia uma Land Rover a 140 km/h quando se envolveu em um acidente que matou Fábio Pimentel Fraiha, 20, em setembro de 2012, vai a júri popular. A batida foi na Avenida Nossa Senhora do Carmo, no Bairro Belvedere, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Para o juiz Guilherme Queiroz Lacerda, do 1º Tribunal do Júri, o homicídio por dolo eventual, quando o autor, mesmo sem querer, assume o risco de matar, ficou evidenciado uma vez que o motorista decidiu participar de um racha.

O acidente foi flagrado pela câmera de segurança da BHTrans. Nas imagens, Michael Donizete dirigia em alta velocidade, seguido de um carro que estava bem próximo do Land Rover. O sinal estava aberto para os dois, mas a velocidade de ambos estava bem acima do limite na Avenida Nossa do Carmo, de 60km por hora. O vídeo mostra Fábio Fraiha, por volta das 4h, saindo da Rua Rodrigues Seabra, no Bairro Sion, que dá acesso ao Trevo do Belvedere, na Região Centro-Sul, cruzando a avenida e sendo atingido em cheio pelo carro de Michael. O motorista do carro que seguia atrás do Land Rover escapou do acidente e foi embora.

Ao examinar as imagens, que foram anexadas ao processo, o juiz constatou que ela aponta a possibilidade de que o motorista estivesse participando de racha em velocidade incompatível com o local onde tudo aconteceu. A defesa argumentou que como Michael freou antes do acidente e tentou desviar, o que não caracteriza o dolo eventual. Porém, o juiz afirmou que o motorista assumiu o risco “uma vez que teria decidido participar de racha pelas ruas sem se importar com as consequências daquilo que poderia daí resultar”.

Os advogados de Michael também disseram que a culpa do acidente teria sido da vítima, que avançou o sinal vermelho. Mas, para o magistrado, a infração não exime a responsabilidade do motorista, e essa tese também deverá ser avaliada pelos jurados.

O estudante deverá permanecer em liberdade até a realização do julgamento, que ainda não tem data marcada.

Velocidade incompatível

A perícia feita pela Polícia Civil nas imagens das câmeras indicou que o motorista estava a 140 km/h quando se envolveu no acidente. Exames também constataram que ele havia consumido drogas antes da batida.

Veja as imagens do acidente:


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