Delegado do setor técnico, o conselheiro do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-MG) Sérgio Myssior afirmou que o estudo nem sequer foi apresentado de forma aprofundada na conferência e é mais um conteúdo a ser analisado num curto espaço de tempo. “Vamos protocolar amanhã o abaixo-assinado para a alteração do cronograma. A saída do setor imobiliário é um sintoma emblemático da falta de ajuste na conferência”, disse Sérgio Myssior.
Dorinha Alvarenga, delegada do setor popular, também prepara abaixo-assinado. “Não houve aprovação do regimento interno da conferência. Temos que aprovar e definir um calendário na próxima plenária, pois ele é parte do regimento”, aponta.
A etapa de discussão das propostas da prefeitura ficou esvaziada com a ausência de 40 delegados e 40 suplentes do mercado imobiliário, que anunciou na sexta-feira sua saída do evento, alegando “falta de transparência e de condições mínimas para o exercício da cidadania”.
Representante do setor popular, Gladstone Otoni também pede mais tempo. “As propostas da prefeitura atendem a muitas demandas do setor popular, como recursos para moradia e incentivo à habitação de interesse social no Centro, mas precisamos de mais tempo para melhorá-las”, reforçou, pedindo o adiamento para julho.
SEM CONSENSO
O secretário municipal adjunto de Planejamento Urbano, Leonardo Castro, lamentou a saída do grupo, que corresponde à metade dos 81 delegados do setor empresarial, mas disse que a retirada não inviabiliza a realização da conferência. “Nossa intenção é que eles retornem, mas o regimento não define um número mínimo de participantes”, esclareceu. Dos 243 delegados eleitos dos três setores, cerca de 130 estiveram presentes na etapa de ontem.
O adiantamento, entretanto, não é consenso entre os delegados. Representante do setor empresarial, o vice-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Marco Antônio Gaspar, teme o enfraquecimento das discussões. “Estamos analisando as propostas desde 15 de março e abandonar agora é passar um cheque em branco para a prefeitura”, avaliou. Entre as contrapropostas apresentadas pelo CDL está a aplicação gradual da medida apresentada pelo poder público, que prevê, em toda a cidade, que donos do terrenos construam apenas o equivalente à área do seu lote. Se quiser erguer edificações acima desse limite terá que pagar o adicional ao poder público.