Segundo a promotora Raquel Batista Rocha, houve monitoramento das vendas por escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Ela disse que ficou surpresa ao ver que a maioria dos clientes eram mulheres. Os produtos são usados para fortalecimento dos músculos, mas podem levar à morte.
Em Montes Claros, eram vendidos pela internet, telefone e até por serviços de mensagens instantâneas como o Whatsapp. Quatro pessoas foram presas, entre elas um dono de academia.
A suspeita é de que outras academias estejam envolvidas e elas estão sendo investigadas. “Há uma apuração em andamento, no sentido de que os donos promoviam a venda de suplementos alimentares e anabolizantes dentro das academias, oferecendo os produtos aos alunos.
A investigação caminha e vai produzir provas nesse sentido”, afirmou o delegado Bruno Rezende, um dos responsáveis pela apuração.
Um policial civil teve prisão preventiva decretada e está foragido. Ele é suspeito de ter vazado as informações sobre a operação. A Corregedoria da Polícia Civil também vai investigar o envolvimento dele no esquema. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em 15 locais como academias e lojas de suplementos em Belo Horizonte, Montes Claros e Januária. Em três deles foram encontrados produtos proibidos. A suspeita é que integrantes do grupo tenham limpado os lugares antes da chegada da polícia.
Os materiais apreendidos apresentam instrução em língua estrangeira no rótulo, o que é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Boa parte deles tinha a inscrição da procedência do Paraguai, sendo comprados pela internet.
Denúncias
As investigações foram iniciadas em maio de 2013, depois que o MP recebeu denúncias sobre contrabando de anabolizantes na cidade envolvendo academias. Foram presos Josimar Fernandes Rodrigues, o Jô (dono de uma loja de suplementos); Marcos David de Oliveira, o “Marquinhos Jiu-Jistu” (dono de uma academia), Diomendes Pereira Benevides Júnior, o Júnior da Nutriesporte; e Felipe Alberto Cardoso Costa.