Jornal Estado de Minas

Depois de fechar pedágio por 24h na BR-381, integrantes do MST se reúnem com o Incra

Os integrantes do movimento seguem para BH onde será o encontro. O grupo também vai acampar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para o 5º Encontro dos Movimentos Sociais, que será realizado de quinta-feira a sábado

João Henrique do Vale
Protesto causou transtornos da BR-381, em Santo Antônio do Amparo, Região Centro-Oeste de Minas - Foto: MST/Divulgação

Integrantes dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deixaram a praça de pedágio na BR-381, em Santo Antônio do Amparo, Região Centro-Oeste de Minas, na manhã desta terça-feira, e seguem para Belo Horizonte. As cancelas foram deixadas abertas por quase 24 horas em protesto do grupo. Eles reivindicam a instalação de energia elétrica na Fazenda Ariadnópolis, que é ocupada pelos manifestantes. Uma reunião foi marcada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) nesta tarde, na capital mineira, para discutir a reivindicações.

O protesto do MST começou na manhã dessa segunda-feira. Aproximadamente 200 pessoas se reuniram no posto de pedágio da Fernão Dias, na altura do Km 658. Eles levantaram as cancelas de pedágio e interditam parcialmente o trânsito. Os veículos passaram apenas por duas cabines.
O protesto acabou apenas na manhã de hoje.

Com o fim da manifestação, os trabalhadores se deslocam para Belo Horizonte onde vão participar 5º Encontro dos Movimentos Sociais de Minas Gerais, que será realizado de quinta-feira a sábado. Porém, antes, vão participar de um encontro com o Incra. “Nós esperamos que durante esta semana, os governos Federal e Estadual e a Cemig, abram as negociações com os movimentos. Nós do MST queremos o avanço na reforma agrária. Esses trabalhadores permanecem há 17 anos acampados em terras que já deviam ser destinados a reforma agrária”, afirma Sílvio Neto, membro da direção do MST.

Em nota, o Incra informou que vai se reunir com o grupo às 17h para discutir as reivindicações. Também afirmou que criou, em março deste ano, o asssentamento Nova Conquista II em 300 hectares da área reivindicada. O espaço beneficiaria as famílias que estão na fazenda Ariadnópolis.

O restante da área de 3,3 mil hectares não pôde ser desapropriada pelo Incra já que há a proibição legal de fazê-la em áreas ocupadas. No entanto, a Justiça questionou se o Incra tem interesse em 1,2 mil hectares que estão sendo executados em processo judicial. Neste sentido, técnicos do Instituto realizam avaliação desta área, nesta semana, para responder ao questionamento judicial..