As imagens de câmeras de segurança de comércios e da Estação Diamante podem auxiliar a polícia a desvendar o mistério do caso do garoto encontrado ferido em um lote vago na Região do Barreiro. O delegado Júlio Zica, responsável pelo caso, informou que já solicitou à BHTrans as gravações do terminal. Também afirmou que deve ir ao Hospital João XXIII, onde a criança está internada, para poder conversar com ela.
O caso ainda continua um mistério. Segundo o delegado, ainda não há informações de quem teria agredido o garoto. “O problema é que lá é um lugar pouco acessível e não temos informações de pessoas que poderiam ter visto alguma coisa. Vamos pegar imagens com a BHTrans da estação Diamante para termos certeza ou não se ele passou pelo local”, afirmou Zica.
O garoto de 10 anos deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital João XXIII no último sábado. De acordo com a assessoria de imprensa da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), o menino foi transferido para a enfermaria e seu estado é estável. O garoto já respira sem a ajuda de aparelhos e se alimenta através de sonda. A Fundação também informou que ele segue confuso.
O menino foi localizado na Rua Professor Frederico Rangel no início da manhã do dia 16 – um dia antes da data do desparecimento informada pela mãe na Delegacia de Desparecidos. Ele estava inconsciente e tinha um ferimento grave na cabeça. O garoto estava usando a bermuda de uniforme de uma escola infantil da Região Noroeste de Belo Horizonte, mas a diretora relatou que a unidade não atende mais alunos da idade da criança.
Quando foi encontrado, ele estava descalço e com fraturas múltiplas na cabeça. Teve afundamento do crânio e na nuca e perda de massa encefálica. O homem que encontrou a criança avisou um guarda municipal da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Diamante e o agente chamou a Polícia Militar. Ele foi socorrido por uma viatura do 41º Batalhão e, no caminho, sofreu uma parada cardiorrespiratória, sendo reanimado quando deu entrada na UPA. Depois, foi transferido para o HPS.
Desde então, polícia e assistentes sociais do hospital começaram a busca por familiares. No Bairro Diamante, o menino não havia sido reconhecido por nenhum morador da Rua Professor Frederico Rangel ou do entorno. Ninguém também ouviu nem viu nada suspeito. Na ocasião, a polícia encontrou no matagal um par de óculos escuros e um chinelo na rua.
O reconhecimento só aconteceu na última quinta-feira. A mãe do jovem foi até o hospital após registrar o desaparecimento do filho. Ela disse que o menino tem o hábito de ficar na rua, costuma sair e demorar para voltar. Segundo a mulher, a criança estava desaparecida desde o dia 17, na região do Bairro Santa Rita de Cássia, Centro-Sul de BH. Porém, somente dia 23 ela procurou a Delegacia de Desparecidos para registrar o caso. Lá, ela foi informada sobre o menino que estava internado no HPS, com as mesmas características de seu filho, e foi até o hospital.