As perspectivas para a remoção de moradores que vivem às margens do Anel Rodoviário foram discutidas em audiência pública nesta quarta-feira, na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Estão previstas obras, no valor de R$ 1,5 bilhão, que podem afetar 7 mil famílias. A reunião contou com participação de membros de comunidades envolvidas, que lotaram o plenário principal da Casa. Em pauta, dúvidas dos moradores a respeitos de procedimentos e prazos para reassentamento, bem como a respeito da extensão das áreas que serão afetadas.
Junto com a proposta de obra na rodovia, vieram as expectativas de remoção de famílias do entorno, muitas delas habitantes de vilas e favelas marcadas por importantes problemas de infraestrutura, como a Vila da Luz, e do Pica Pau Amarelo, na região nordeste. Na audiência, representantes da comunidade relataram casos de pessoas vivendo embaixo de viadutos, sem acesso à moradia digna e ameaçados pelo risco de acidentes e atropelamentos.
Diante desse quadro, muitos dos moradores deixaram clara a necessidade da realocação de famílias. Eles se queixam da falta de informações sobre a obra, sobre a extensão das intervenções e sobre os cronogramas das desapropriações. Por outro lado, os moradores pedem ainda que, em caso de remoção, sejam encaminhados para locais próximos de seus locais de trabalho e de convivência. A incerteza e a falta de informações concretas, segundo o vereador Tarcísio Caixeta, tornam mais difícil a realização de atividades cotidianas, como a matrícula das crianças na escola, e impede que os moradores possam planejar, com tranquilidade, o seu futuro.