Jornal Estado de Minas

Plano de trânsito na Pampulha para a Copa ainda não está pronto

Moradores da Pampulha se queixam por não conhecer projetos para administrar tráfego e estacionamentos na região durante a Copa. BHTrans diz que estudos estão em fase final

Mateus Parreiras
A indefinição do plano de trânsito para os dias de jogos da Copa de 2014 em Belo Horizonte deixa moradores e frequentadores da Pampulha apreensivos.
De acordo com a BHTrans, as diretrizes a serem seguidas por motoristas particulares e pelo transporte público ainda “estão sendo finalizadas por vários órgãos estaduais e municipais e envolvem técnicos especialistas em trânsito e transporte e em segurança, entre outros, e serão amplamente divulgadas”. Em princípio, segundo a empresa de transporte e trânsito, fora do perímetro sob controle da Fifa os veículos poderão estacionar nos locais onde não há proibição prévia.

Mas entidades que representam moradores da Região da Pampulha reclamam da demora em se estabelecerem pontos para estacionamentos nos bairros, além de locais onde vans e outros tipos de transporte poderão circular e parar para pegar passageiros. Queixam-se também do asfaltamento precário das ruas.

A situação do trânsito só tem piorado nos cruzamentos e ao longo de vias como as avenidas Fleming e Heráclito Mourão Filho e nas ruas Cecília e Sardenha, de acordo com o presidente da Associação Comunitária do Bairro Bandeirantes (ACBT), Afrânio Alves de Andrade. De acordo com ele, o tráfego intenso tem feito vítimas, inclusive entre os ciclistas. “Só nestes últimos dias, fiquei sabendo de três pessoas que estavam pedalando perto da minha casa e que foram atropeladas. A prefeitura quis compatibilizar a circulação de pedestres, bicicletas, motos, carros e ônibus, mas ao meu ver trouxe mais perigo para quem tenta andar pelo espaço que lhe cabe”, afirma.

Para o líder comunitário, o asfaltamento realizado até então e algumas intervenções são considerados “paliativos”. “Não tivemos ampliação de vias ou pavimentação.
Apenas tapa-buracos e um recapeamento precário realizado sobre o calçamento antigo. A sorte é que choveu pouco, mas esse asfalto já está se desprendendo com o tráfego intenso”, afirma.

Um problema histórico que acompanha a região desde que o Mineirão foi inaugurado é o estacionamento irregular, que muitas vezes bloqueia portas de garagens, havendo até registros de veículos sobre as calçadas e jardins das casas, sobretudo nos bairros São Luiz e São José. “Ainda não se sabe exatamente como serão as questões de tráfego e de estacionamento dentro dos bairros com a Copa do Mundo. Mas nenhuma intervenção, no sentido de organizar esses espaços, foi feita ainda. Desde que se inaugurou o estádio esse problema ocorre”, afirma o presidente da organização não governamental Pampulha Viva, Monir Tahan.

“Muita gente que reclama hoje se mudou depois que o Mineirão foi construído. Seria preciso se sentar com as autoridades e resolver essa questão, sem privilégios para ninguém. Mas se formos pensar bem, esse problema já foi insuportável, porque o estádio hoje não recebe mais de 80 mil torcedores, sendo que os públicos de antigamente chegavam a ser mais de 100 mil pessoas, todas vindo de carro para a Pampulha”, afirma.

A Superintendência de Desenvolvimento da da Capital (Sudecap) informou que tem um plano contínuo de recapeamento de vias. Por meio de nota a acrescentou que foram investidos em 2012 cerca de R$ 55 milhões no recapeamento de 145.221 metros de extensão de via. No ano passado o investimento foi de R$ 44.209.860 nesse serviço, com recapeamento total de 103,78 quilômetros. Estão previstos para 2014 investimentos de aproximadamente R$ 44 milhões, distribuídos nas nove regionais. “As obras de recapeamento realizadas pela Sudecap obedecem lista de prioridades determinadas em comum acordo com as regionais e BHTrans, que solicitam vistorias, indicando as ruas em pior estado ou de grande fluxo de circulação de veículos. Além disso, durante todo o ano as regionais realizam o serviço de tapa-buracos na cidade”, informou a empresa..