Prometidas pela Prefeitura de Ouro Preto para o início do mês, as obras de recuperação da Casa de Ópera, no Centro Histórico da cidade, ainda não começaram. Considerado o mais antigo teatro em funcionamento das Américas, o prédio foi interditado pelo Corpo de Bombeiros há duas semanas, depois que militares da 3ª Cia. da PM constataram falhas no projeto de combate a incêndio, incluindo falta de extintores, e problemas estruturais, a exemplo de uma viga podre na cobertura. Com esta medida, ficou proibida a circulação dos funcionários no espaço cultural.
O secretário municipal de Cultura e Patrimônio de Ouro Preto, José Alberto Pinheiro, esclareceu nessa segunda-feira que o projeto referente à parte elétrica está sob avaliação de um especialista e professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), enquanto a questão estrutural está sendo analisada por um engenheiro civil. “Estamos na fase do diagnóstico e terminando o projeto de restauro”, disse o secretário, certo de que a intervenção começará dentro de 15 dias. Na quinta-feira, Pinheiro terá uma reunião com o chefe do escritório técnico local do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para discutir pontos do projeto, entre eles se será possível usar uma viga metálica na cobertura.
Inaugurado em 6 de julho de 1770, dia do aniversário do então rei de Portugal, dom João VI, o teatro no Largo do Carmo tem formato de lira, sendo um dos poucos no mundo que recriam o instrumento símbolo do nascimento da ópera. Com a acústica perfeita, foi construído pelo coronel João de Souza Lisboa, com provável projeto arquitetônico de Mateus Garcia, seguindo as linhas do barroco italiano desaparecidas na mudança da fachada em 1861.