Deve terminar no fim da tarde desta terça-feira o julgamento do médico William Salume Maia, acusado de realizar pelo menos três abortos em Campo Belo, região Centro-Oeste de Minas Gerais. A ação, uma das primeiras para esse tipo de crime, está sendo julgada no Fórum Rafael Magalhães. Se condenado, Maia pode pegar até 12 anos de prisão.
Conforme a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), as três mulheres que admitiram o aborto passaram pelo procedimento entre 2005 e 2006. Os casos foram denunciados pelas duas secretárias do profissional, que estranharam que as pacientes faziam no máximo duas consultas e não voltavam mais ao consultório. Os abortos aconteciam na clínica do médico e a curetagem em outro hospital de Campo Belo.
Nas investigações, três mulheres foram identificadas e duas delas confessaram. Conforme o MP, elas narram com riqueza de detalhes como foi o procedimento. Uma delas chegou a dizer que pagou entre R$ 800 e R$ 1 mil pelo trabalho.
O médico William Maia e as três grávidas foram denunciadas pelo MP. Porém, apenas o profissional de saúde vai a júri popular, pois as pacientes foram excluídas do processo, uma vez que houve a prescrição do crime, reconhecido pela Justiça. O profissional nega o crime. Ele chegou a ser suspenso do exercício da medicina, mas conseguiu na Justiça o direito de voltar a trabalhar. Um dos argumentos é que os fatos ocorreram em 2005 e 2006 e não havia informações de que ele continuava a praticar os crimes até este ano.