O tráfico de pessoas e a exploração sexual durante a Copa do Mundo foram os principais temas debatidos ontem na Assembleia Legislativa de Minas. O objetivo foi conhecer melhor as modalidades de tráfico, como ele ocorre, como deve ser a prevenção, discutir estratégias e ações de combate e articular uma rede de enfrentamento do problema.
Dados apresentados pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia mostraram que nas últimas Copas, da Alemanha e da África do Sul, foram traficadas 40 mil e 110 mil pessoas, respectivamente. Também foi apresentado um relatório final de 2006 da Comissão Especial das Pessoas Desaparecidas, que mostra que o tráfico de pessoas é a terceira atividade comercial ilícita mais lucrativa do mundo, tendo movimentado naquele ano quase U$ 32 bilhões.
O coordenador Especial de Prevenção à Criminalidade da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Talles Andrade de Souza, considera os números fantasiosos. Ele disse que está sendo criado um banco de dados para permitir uma leitura de informações distintas que chegam das 23 entidades do poder público e da sociedade civil que fazem parte do Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
Uma das ações estratégicas de Minas, segundo ele, é uma pesquisa em andamento pela Universidade Federal de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, que está tendo acesso ao banco de dados d as instituições para entender como elas estão enxergando e lidando com tráfico nas suas distintas modalidades.
Para a Copa do Mundo, Talles disse que campanhas publicitárias serão intensificadas para informar as pessoas sobre o tráfico de pessoas. “Material informativo e cartilhas serão distribuídos em pontos chaves, como no aeroporto internacional e rodoviária. Temos participado de capacitações com conselheiros tutelares e a rede hoteleira. Teremos um representante no Centro Integrado de Comando e Controle, onde vamos ter acesso a denúncias que possam envolver crimes de tráfico de pessoas”, disse Talles.