As decisões sobre quais ruas fechar, que mudanças fazer nos horários dos ônibus ou no aumento do tempo dos semáforos precisam ser tomadas rapidamente, em caso de uma manifestação ou acidente, para que o tráfego nas vias de Belo Horizonte não fique travado. Quem fará isso durante a Copa do Mundo será a supervisora operacional da BHTrans, Denise Fontes. “Nosso trabalho é permitir que a mobilidade urbana não seja afetada.
Fontes tem a experiência de ter acompanhado a evolução do tráfego de BH desde a época da Metrobel, há mais de 20 anos, e de ter atuado em situações limite, como o acidente com uma carreta de bobinas que desceu a Avenida Nossa Senhora do Carmo desgovernada, em junho de 2012, e que matou três pessoas. “Em 30 minutos já tínhamos reboques e mais de 40 agentes controlando o trânsito na região. Foi uma operação dura, porque era véspera de feriado e muita gente queria viajar”, lembra.
Com a missão de proteger pessoas e o patrimônio, principalmente durante manifestações que se tornam violentas, a Polícia Militar destacará 8 mil homens especificamente para assuntos ligados à Copa do Mundo. O coronel Antônio de Carvalho é um dos encarregados de decidir em campo que locais o policiamento de choque vai reforçar, quais protestos os helicópteros acompanharão e que vias serão fechadas para evitar a entrada de veículos em zonas de conflito. No ano passado, sua atuação foi marcada pela insistente negociação. “A multiplicidade de demandas, a cobrança de transparência na política e a falta de uma liderança nos movimentos nos obrigaram a abrir muitas frentes de negociação para permitir que as manifestações ocorressem sem confrontos”, disse.
No meio dos protestos, Carvalho enfrentou situações críticas. “Cheguei a ficar cercado por manifestantes agressivos. Tive de ser retirado algumas vezes dessa situação por cidadãos pacíficos que viram que havia pessoas querendo nos agredir”, conta. O maior protesto reuniu 70 mil pessoas nas ruas. “Neste ano, as manifestações devem ser menores. As pessoas viram que a mudança do país se dará por outras formas de agir, como as eleições”, considera.
CERCO AOS AMBULANTES À frente de 100 fiscais de posturas, a gerente de fiscalização e licenciamento da Regional Pampulha, Raquel Guimarães, vai coordenar os esforços para que ambulantes e camelôs não obstruam as vias mais importantes da capital.
A nutrição e o paladar das delegações que usarem os dois hotéis oficiais da Fifa em BH, o Ouro Minas e o Caesar Business, ficarão a cargo dos chefs que já estão recebendo os cardápios preparados pelas seleções. O chef de cozinha do Ouro Minas, Hélio José dos Santos Filho, já está preparado. “Recebemos várias solicitações diferentes. Quando participamos de festivais, por exemplo, com temas específicos, faço adaptações nos pratos. Se o tema é primavera, trabalho com técnicas para deixar os pratos mais coloridos, busco flores etc.”, afirma.
Ter morado em vários países e falar francês, espanhol, português, italiano e mandarim credenciariam a francesa Cécile Aillerie a trabalhar em qualquer grande evento mundial como a Copa do Mundo. Mas não foi o amor pelo futebol, e sim o fascínio pelo Brasil, que a fez vir à América do Sul para estudar. Cécile é uma das voluntárias que vai trabalhar auxiliando jornalistas na Fanfest do Expominas. “Minha função será ajudar que entendam como funcionam as coisas aqui, traduzir o que for preciso e auxiliar os estrangeiros a fazer bem seu trabalho aqui”, disse.
Os outros convocados
Profissionais de áreas essenciais para o mundial de futebol já foram escalados
Denise Fontes
50 anos
Supervisora da Central de Operações da BHTrans
Natural de Belo Horizonte
Trabalha na BHTrans há 20 anos e integrou a extinta Metrobel
Vai monitorar e coordenar o tráfego durante o Mundial, despachando unidades de intervenção no trânsito, alterando tempos de semáforos e do transporte público.
Coronel Antônio de Carvalho Pereira
52 anos
Comandante dos Batalhões de Polícia Especializada
Natural de Belo Horizonte
É militar há 29 anos e já foi comandante da Polícia Rodoviária Estadual e do Batalhão de Eventos
Comandará nas ruas as unidades que vão fazer a segurança do Mineirão e das vias que levam até o estádio. Fará o monitoramento e a negociação com manifestantes.
Raquel Guimarães
38 anos
Gerente de Fiscalização e Licenciamento da Regional Pampulha
Natural de Belo Horizonte
É fiscal de posturas há 20 anos na PBH
Será responsável por coordenar as equipes que vão coibir camelôs, ambulantes ilegais e a ocupação irregular dos espaços no Mineirão e na Fanfest do Expominas
Cécile Aillerie
23 anos
Intérprete em cinco línguas
Natural de Lille (França)
Faz mestrado na UFMG e já morou na Itália, Costa Rica e Taiwan
Será responsável por traduzir textos para a organização da Copa do Mundo e vai auxiliar jornalistas estrangeiros na Fanfest do Expominas
Hélio José dos Santos Filho
31 anos
Chef de cozinha do restaurante Quinto do Ouro (Hotel Ouro Minas)
Natural do Rio de Janeiro
Especialista em culinária francesa
Vai coordenar a preparação dos cardápios para delegações de atletas e autoridades deste que é um dos hotéis oficiais da Fifa
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