Carolina Mansur
A Prefeitura de Belo Horizonte admitiu ontem que tem um plano B para operar o sistema BRT/Move na Avenida Dom Pedro I, se as obras não estiverem totalmente concluídas para a Copa do Mundo. Mas, para evitar executá-lo, corre contra o tempo com intervenções em ritmo intenso, inclusive nas novas estações. A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) apresentou ontem a estrutura da Estação Pampulha, que contempla a primeira fase de operação do corredor Antônio Carlos. “O BRT em si vai ficar pronto antes da Copa. Deve ficar faltando alguma coisa dos viadutos, mas isso independe do BRT. Todas as estações estarão prontas”, garantiu o diretor de obras da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Cláudio Neto. Mesmo confiante na promessa da Sudecap, o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cezar, informou a existência do plano B, para ser posto em ação, se necessário.
A alternativa momentânea para o sistema parador, segundo ele, seria a realização de uma operação dimensionada para o número de estações que estiverem prontas até o Mundial, usando os ônibus com portas dos dois lados. “Onde não houver estações, ele opera da forma tradicional. Quando existir a estação, ele vai operar no modelo BRT, mas acredito que não vamos precisar disso”, adiantou Cezar. Para o serviço direto, com ônibus que saem da Estação Venda Nova e Vilarinho e passam pela via, ele lembrou a necessidade de a busway estar pronta.
Segundo a Sudecap, a previsão é de que as obras do corredor, pistas mistas e estações de transferência estarão concluídas até a Copa, mas o viaduto Guararapes, na Pedro I, não deverá estar concluído no mesmo período. O órgão, no entanto, não informou sobre os impactos do rompimento da adutora na obra.
Inauguração em obras
Mesmo inacabada e com homens trabalhando dentro da Estação Pampulha, terminal de integração construído no cruzamento com a Avenida Portugal, a obra será entregue sábado à população. Até agora 80% da obra foram concluídos. A expectativa é de que até o fim de junho os passageiros continuem convivendo com o barulho das máquinas. O diretor de obras da Sudecap, Cláudio Neto, garantiu que a operacionalidade das linhas independe das obras em andamento. “As obras que faltam, como restaurante panorâmico e o prédio de apoio da BHTrans, estão isoladas e não representam perigo à população”, disse. Outra expectativa é quanto ao viaduto que dá acesso à Avenida Portugual e que já será aberto nesse sábado.
A impressão do visitante, no entanto, é de que a estação não ficará totalmente pronta até amanhã. Durante visita dois dias antes da estreia do serviço, foi constatada em uma das bilheterias do primeiro piso, da onde partem os ônibus do Move, a falta de tomadas, além de acabamento e vidraças. Outro problema foi quanto às faixas de sinalização para o acesso do passageiro aos ônibus do BRT. Para as primeiras corridas, neste fim de semana, Ramon Cezar confirma que toda a funcionalidade do terminal estará em operação. “Escadas rolantes, bilheterias, tecnologia da informação e elevadores estarão prontos e operando no sábado”, afirmou.
A entrada dos pedestres será feita em dois pontos. Uma pelo lado da Portugal e outra pelo lado próximo ao hipermercado Via Brasil. Os passageiros das oito linhas convencionais que foram extintas (2212 A, B e C, 2213, 2215 A, B, C e D) e transformadas em sete linhas alimentadoras (614, 615, 616,510,645,618 e 643) desembarcam no segundo piso e terão acesso à plataforma troncal, onde ficam os ônibus do Move, por escadas físicas, escadas rolantes e elevadores. Na primeira fase da operação, são esperados 40 mil passageiros por dia. A nova estação funcionará 24 horas por dia, como as Carijós e Rio de Janeiro.