A empresária foi assassinada em 10 de fevereiro de 2013. A mulher estava dentro de um carro quando foi baleada e jogada na rua. Duas testemunhas disseram à Polícia Militar que havia duas pessoas no carro quando Valéria foi baleada e jogada na rua. Uma delas garantiu ter visto José Antônio pegar a arma na parte traseira do carro. Outra testemunha disse que o suspeito pegou a mulher pelo pescoço, encostou a arma no queixo dela, disparou dois tiros e fugiu.
Para a polícia, José Antônio disse que ele e a mulher estavam a caminho do supermercado e o Gol que ele dirigia foi fechado por dois homens numa moto.
Os depoimentos das testemunhas foram essenciais para a conclusão do inquérito. “Ele fala que no inquérito que teve uma discussão com o assaltante durante cinco minutos. Se tivesse bate-boca duarente cinco minutos alguém veria. Uma policial militar que mora próximo, o marido e a filha dela, viram a cena do assassinato. Outro vizinho, que estava sentado na calçada na via pública, viu os dois sozinhos entrando no carro. E, quando o carro passou na curva, ouviu o barulho dos tiros. Foi coisa rápida, então, não teve o tempo que ele (José Antônio) falou para ser abordado por criminosos”, explica o delegado.
O inquérito do crime foi encerrado em abril deste ano. José Mendes foi indiciado por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e meio que dificultou a defesa da vítima – e tentativa de aborto.
O garoto Mateus Santiago foi salvo em uma cesariana de emergência. Ele ficou internado por três meses e sete dias na UTI neonatal do Hospital Júlia Kubitschek, em Belo Horizonte.
Denúncia nas mãos da Justiça
O MP avaliou o inquérito policial e ofereceu denúncia a José Mendes em 7 de maio deste ano. Além disso, pediu a prisão preventiva do homem. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a juíza Amalin Aviz Sant'Anna acatou a denúncia. Porém, sobre o pedido de prisão, afirmou que vai avaliá-lo depois que o réu fosse citado no processo e das argumentações da defesa.
José Mendes chegou a ser preso em flagrante pelo crime. Porém, o juiz Carlos Roberto Loyola entendeu que a prisão dele não teve fundamento em provas da autoria na morte da empresária.
Demora para concluir as investigações
O inquérito sobre o homicídio foi encerrado um ano e dois meses depois do caso. O delegado aponta as burocracias como os fatores que postergaram as apurações. “O juiz que fez o alvará de soltura e deu a liberdade provisória a ele requisitou que o pai biológico do filho mais velho dela (Maria Perotti), e o filho mais velho fossem ouvidos. Eles moram no interior do estado de São Paulo e para ouvi-los dependemos de liberação de verba, e isso demora. Também houve quebra de sigilo e algumas medidas cautelares que às vezes demoram”, concluiu. .