A Justiça acatou denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra José Antônio Mendes de Jesus, de 32 anos, apontado pela Polícia Civil como o autor do assassinato da empresária argentina Maria Silvina Valéria Perotti, de 33. A decisão veio mais de um ano depois do homicídio, que aconteceu Bairro Calafate, Região Oeste de Belo Horizonte, em fevereiro do ano passado. Na época, a mulher estava grávida e a criança ficou internada por três meses e sete dias na UTI de um hospital da capital. O MP pediu a prisão preventiva e Mendes, porém a juíza Amalin Aviz Sant'Anna vai aguardar a manifestação do advogado de defesa para, depois, decidir sobre o pedido.
A empresária foi assassinada em 10 de fevereiro de 2013. A mulher estava dentro de um carro quando foi baleada e jogada na rua. Duas testemunhas disseram à Polícia Militar que havia duas pessoas no carro quando Valéria foi baleada e jogada na rua. Uma delas garantiu ter visto José Antônio pegar a arma na parte traseira do carro. Outra testemunha disse que o suspeito pegou a mulher pelo pescoço, encostou a arma no queixo dela, disparou dois tiros e fugiu.
Para a polícia, José Antônio disse que ele e a mulher estavam a caminho do supermercado e o Gol que ele dirigia foi fechado por dois homens numa moto. Segundo ele, Valéria foi baleada e jogada para fora do carro e um dos ladrões teria seguido com ele no carro, acompanhado de um segundo assaltante de moto. Porém, a versão foi contestada pela polícia. “Primeiro, o local aonde ele fala que foi abordado por um assaltante é uma rua praticamente deserta que tem prédios residencias dos dois lados. Três testemunhas presenciaram a cena e foram contundentes em seus relatos”, afirma o delegado Frederico Abelha, da Delegacia de Homicídios e responsável pelas investigações.
Os depoimentos das testemunhas foram essenciais para a conclusão do inquérito. “Ele fala que no inquérito que teve uma discussão com o assaltante durante cinco minutos. Se tivesse bate-boca duarente cinco minutos alguém veria. Uma policial militar que mora próximo, o marido e a filha dela, viram a cena do assassinato. Outro vizinho, que estava sentado na calçada na via pública, viu os dois sozinhos entrando no carro. E, quando o carro passou na curva, ouviu o barulho dos tiros. Foi coisa rápida, então, não teve o tempo que ele (José Antônio) falou para ser abordado por criminosos”, explica o delegado.
O inquérito do crime foi encerrado em abril deste ano. José Mendes foi indiciado por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e meio que dificultou a defesa da vítima – e tentativa de aborto. Esse último crime, porque a mulher estava grávida. “Ele atirou e assumiu o risco da morte da criança”, conta Abelha. O filho da empresária
O garoto Mateus Santiago foi salvo em uma cesariana de emergência. Ele ficou internado por três meses e sete dias na UTI neonatal do Hospital Júlia Kubitschek, em Belo Horizonte.
Denúncia nas mãos da Justiça
O MP avaliou o inquérito policial e ofereceu denúncia a José Mendes em 7 de maio deste ano. Além disso, pediu a prisão preventiva do homem. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a juíza Amalin Aviz Sant'Anna acatou a denúncia. Porém, sobre o pedido de prisão, afirmou que vai avaliá-lo depois que o réu fosse citado no processo e das argumentações da defesa.
José Mendes chegou a ser preso em flagrante pelo crime. Porém, o juiz Carlos Roberto Loyola entendeu que a prisão dele não teve fundamento em provas da autoria na morte da empresária. No inquérito, o delegado Frederico Abelha também não pediu a prisão, mesmo tendo plena convicção da autoria. “Não pedi a prisão pelo fato dele ser réu primário, ter endereço fixo, e em todos os momentos que foi chamado na delegacia compareceu. Neste caso, não demonstrou que queria fugir e não ameaçou testemunha, então, não vi motivos para a prisão”, comentou.
Demora para concluir as investigações
O inquérito sobre o homicídio foi encerrado um ano e dois meses depois do caso. O delegado aponta as burocracias como os fatores que postergaram as apurações. “O juiz que fez o alvará de soltura e deu a liberdade provisória a ele requisitou que o pai biológico do filho mais velho dela (Maria Perotti), e o filho mais velho fossem ouvidos. Eles moram no interior do estado de São Paulo e para ouvi-los dependemos de liberação de verba, e isso demora. Também houve quebra de sigilo e algumas medidas cautelares que às vezes demoram”, concluiu.
A empresária foi assassinada em 10 de fevereiro de 2013. A mulher estava dentro de um carro quando foi baleada e jogada na rua. Duas testemunhas disseram à Polícia Militar que havia duas pessoas no carro quando Valéria foi baleada e jogada na rua. Uma delas garantiu ter visto José Antônio pegar a arma na parte traseira do carro. Outra testemunha disse que o suspeito pegou a mulher pelo pescoço, encostou a arma no queixo dela, disparou dois tiros e fugiu.
Para a polícia, José Antônio disse que ele e a mulher estavam a caminho do supermercado e o Gol que ele dirigia foi fechado por dois homens numa moto. Segundo ele, Valéria foi baleada e jogada para fora do carro e um dos ladrões teria seguido com ele no carro, acompanhado de um segundo assaltante de moto. Porém, a versão foi contestada pela polícia. “Primeiro, o local aonde ele fala que foi abordado por um assaltante é uma rua praticamente deserta que tem prédios residencias dos dois lados. Três testemunhas presenciaram a cena e foram contundentes em seus relatos”, afirma o delegado Frederico Abelha, da Delegacia de Homicídios e responsável pelas investigações.
Os depoimentos das testemunhas foram essenciais para a conclusão do inquérito. “Ele fala que no inquérito que teve uma discussão com o assaltante durante cinco minutos. Se tivesse bate-boca duarente cinco minutos alguém veria. Uma policial militar que mora próximo, o marido e a filha dela, viram a cena do assassinato. Outro vizinho, que estava sentado na calçada na via pública, viu os dois sozinhos entrando no carro. E, quando o carro passou na curva, ouviu o barulho dos tiros. Foi coisa rápida, então, não teve o tempo que ele (José Antônio) falou para ser abordado por criminosos”, explica o delegado.
O inquérito do crime foi encerrado em abril deste ano. José Mendes foi indiciado por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e meio que dificultou a defesa da vítima – e tentativa de aborto. Esse último crime, porque a mulher estava grávida. “Ele atirou e assumiu o risco da morte da criança”, conta Abelha. O filho da empresária
O garoto Mateus Santiago foi salvo em uma cesariana de emergência. Ele ficou internado por três meses e sete dias na UTI neonatal do Hospital Júlia Kubitschek, em Belo Horizonte.
Denúncia nas mãos da Justiça
O MP avaliou o inquérito policial e ofereceu denúncia a José Mendes em 7 de maio deste ano. Além disso, pediu a prisão preventiva do homem. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a juíza Amalin Aviz Sant'Anna acatou a denúncia. Porém, sobre o pedido de prisão, afirmou que vai avaliá-lo depois que o réu fosse citado no processo e das argumentações da defesa.
José Mendes chegou a ser preso em flagrante pelo crime. Porém, o juiz Carlos Roberto Loyola entendeu que a prisão dele não teve fundamento em provas da autoria na morte da empresária. No inquérito, o delegado Frederico Abelha também não pediu a prisão, mesmo tendo plena convicção da autoria. “Não pedi a prisão pelo fato dele ser réu primário, ter endereço fixo, e em todos os momentos que foi chamado na delegacia compareceu. Neste caso, não demonstrou que queria fugir e não ameaçou testemunha, então, não vi motivos para a prisão”, comentou.
Demora para concluir as investigações
O inquérito sobre o homicídio foi encerrado um ano e dois meses depois do caso. O delegado aponta as burocracias como os fatores que postergaram as apurações. “O juiz que fez o alvará de soltura e deu a liberdade provisória a ele requisitou que o pai biológico do filho mais velho dela (Maria Perotti), e o filho mais velho fossem ouvidos. Eles moram no interior do estado de São Paulo e para ouvi-los dependemos de liberação de verba, e isso demora. Também houve quebra de sigilo e algumas medidas cautelares que às vezes demoram”, concluiu.