Ana Raio demonstrava muita inquietação e andava de um lado para outro, parecendo sentir o ocorrido com a companheira, na manhã de ontem - Foto: Beto Magãlhaes/EM/D.A Press

A morte da girafa Zola, de 17 anos, está sendo alvo de apurações internas no Zoológico de Belo Horizonte. O diretor da instituição, Gladstone Araújo, admitiu ontem à tarde que a possibilidade de que o animal tenha se enforcado numa corda em que fica sua alimentação está sendo averiguada. “Já passei a informação para a chefia da área, pois é uma situação muito séria, que merece uma rápida apuração.” Em março de 2012, o zoo de BH perdeu seu mais ilustre personagem, o gorila Idi Amin, que tinha 37 anos. Um ano depois, a gorila Kifta, de 13, companheira de Idi, também morreu. Ambos de causas naturais.

O corpo de Zola foi encontrado pela manhã no ambiente em que dormia. Araújo disse que, à tarde, foi realizada a necropsia no local. Os levantamentos preliminares indicam que a causa da morte foi edema pulmonar agudo. Porém, o diretor da instituição afirmou que Zola não vinha apresentando problema de saúde e que a possibilidade de morte acidental será investigada.

Segundo ele, o corpo da girafa será encaminhado à PUC Minas, por meio de convênio. Mas o dirigente não soube dizer se Zola será embalsamada e colocada no Museu de Ciências Natural da universidade, como ocorreu com Idi Amin.

A girafa Zola estava no Zoológico de BH desde 1999. Ela foi adquirida por meio de convênio, aos dois anos de idade, vinda do Natal Wildlife Park , na África do Sul, onde nasceu em 1997. A estimativa de vida desse animal é entre 15 e 20 anos. Com a morte de Zola, o zoo de BH agora conta apenas com a girafa Ana Raio, de 12 anos, vinda de uma permuta com o zoo de Brasília (DF), que ontem demonstrava muita inquietação, parecendo sentir o ocorrido com a amiga, rodeando o ambiente em que dormia, tentando entrar no local quando ocorrida a necropsia.

FILHOTE A morte de Zola deixou o zoológico mais triste ontem. A girafa, que desde sua chegada se tornou um dos animais que mais chamava a atenção, veio fazer companhia a um macho, que morreu por razões naturais, com o qual teve um filhote fêmea, que foi transferido para outro zoo. O garçon Adão Geraldo Rocha se surpreendeu ao chegar no zoológico e encontrar apenas uma girafa. Era a terceira vez que ele levava o filho, Wallyson, de 7 anos, e a mulher, Joaquina, para passear no local.

“Meu filho perguntou onde estava a outra girafa e eu disse que ela estava na casinha. Só depois que fiquei sabendo que ela havia morrido”, lamenta. Adão disse ainda que percebeu a girafa solitária, que ela parecia triste e ao mesmo tempo atenta, procurando alguma coisa. “Ela estava tentando encontrar a companheira.

É uma pena perder um animal assim. Era uma das atrações que meu filho mais gostava”, completa.

De acordo com a Fundação Zoo-Botânica, apesar de as informações preliminares da necropsia do animal apontarem um edema pulmonar agudo como o motivo da morte, outros exames laboratoriais complementares serão realizados. O relatório final deverá ficar pronto dentro de 30 dias. E, nos próximos dias, a fundação deve informar se foi uma morte acidental ou de causas naturais.

 

Reinado de Idi Amin até 2012

O gorila Idi Amin, de 37 anos, que por mais de três décadas era o único da espécie em cativeiro na América do Sul, tornou-se atração principal do Zoológico de Belo Horizonte até sua morte, por causas naturais, em 7 de março de 2012. Meses antes, ele ganhou duas companheiras, depois de viver 27 anos sozinho. Kifta e Imbi, trazidas de uma instituição inglesa para quebrar a rotina de Idi, não tiveram tempo de procriar com o astro do zoo da capital mineira. Kifta também morreu em 3 de março do ano passado, por causas naturais. O Zoológico de Belo Horizonte poderá ter uma nova atração nos próximos meses para alegrar os frequentadores. Em outubro de 2013 chegaram ao zoo os Lou Lou e Leon, vindos da Europa, para tentativa de reprodução da espécie. Em fevereiro deste ano, veterinários confirmaram que Lou Lou está grávida.

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