O BRT/Move da Avenida Antônio Carlos passa por prova de fogo hoje, primeiro dia útil depois que o sistema começou a operar, com a estimativa de circulação de 40 mil passageiros. Os dois primeiros dias foram marcados por problemas, como muita poeira e falta de estrutura na Estação Pampulha, e poucas informações sobre as mudanças, o que deixou muita gente desorientada. Outro imprevisto, dessa vez na tarde de ontem, foi um enxame de abelhas, que provocou o fechamento da estação Operários do BRT/Move, na Avenida Antônio Carlos, devido ao ataque dos insetos. Segundo a BHTrans, a estação será reaberta na manhã de hoje.
A cabeleireira Rejane Rodrigues Ferreira, de 55, e a filha, a analista de recursos humanos Daniela Rodrigues Ferreira, de 34, também não aprovaram a linha 51. “Moro perto da Lagoa da Pampulha. Antes, pegava o ônibus na porta de casa e ia para o Centro. Agora, pego um ônibus, venho para a estação e só depois sigo para o Centro”, queixou-se. Para ela, o que há de ganho de tempo pelo fato de o BRT/Move seguir por um corredor exclusivo, perde-se em função das baldeações. “Antes, pegávamos o nosso ônibus vazio nesse horário”, disse Daniela, que não conseguiu lugar para se sentar e se juntou a outros passageiros que, de pé, lotavam o coletivo. “Hoje é domingo, e olhe como está! Quero ver durante a semana e no horário de pico”, completou.
As primas Jane Sofiet, de 20, e Thaíssa Sofiet, de 17, questionaram a mudança nas linhas que atendem o Bairro Céu Azul. De acordo com elas, as quatro linhas 2215 A, B, C e D foram alteradas para se adequarem ao BRT/Move. “Uma das linhas circula por todo o bairro, para depois vir para a estação e seguir em direção ao Centro. Disseram que o projeto era para melhorar a mobilidade, mas não estou vendo isso”, disse Jane.
A equipe do Estado de Minas acompanhou o trajeto da linha 51. No segundo dia de operação, o percurso da Estação Pampulha à Estação Carijós, na Avenida Paraná, foi de 24 minutos. Para chegar à região hospitalar, foram gastos outros 12 minutos. Todo o percurso foi realizado em 36 minutos. Como a linha é da modalidade Paradora, há embarques e desembarques em todas as estações ao longo da avenida. Porém, as portas do ônibus agarraram no piso em algumas estações, sendo necessário a intervenção das pessoas para serem fechadas.
Orientação
No primeiro dia, muitos passageiros se queixaram da falta de informações e na manhã de ontem, agentes da BHTrans procuravam orientar os usuários nas plataformas. “Está tudo sob controle. Temos veículos reservas para eventualidades. A frota está absorvendo a demanda. Imaginávamos que teria mais movimento hoje pela manhã, devido à feira de artesanato na Avenida Afonso Pena”, afirmou a gerente operacional da Estação Pampulha, Maria Inês Oliva Franco. No primeiro dia, o horário com maior demanda foi entre 5h30 e 7h30. A informação é a partir da observação dos agentes da BHTrans e ainda não há dados consolidados sobre o fluxo de usuários nos primeiros dias de funcionamento da estação.
Segundo a gerente, a equipe de manutenção aciona caminhão-pipa para molhar o entorno da estação, a fim de reduzir a poeira. No entanto, ela admite que o desconforto deverá seguir por mais um tempo em função das obras de construção dos imóveis que deverão abrigar a Belotur, administração da Regional Pampulha e do restaurante acima da plataforma alimentadora. “As obras não impedem o funcionamento das plataformas, mas geram poeira. O caminhão-pipa deve ser acionado para a lavagem das pistas.”