Jornal Estado de Minas

BHTrans admite que congestionamentos na Antônio Carlos devem continuar por semanas

Por causa da implantação do BRT/Move no corredor, os ônibus convencionais que trafegavam pela pista exclusiva, na parte central da via, foram transferidas para as pistas mistas

João Henrique do Vale
Passageiros ainda reclamam da falta de informação para pegar os veículos do Move - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press

Os motoristas terão de ter paciência por mais alguns dias para trafegar na Avenida Presidente Antônio Carlos. No primeiro dia útil de circulação do BRT/Move no corredor, o trânsito ficou congestionado durante toda a manhã desta segunda-feira. Desde sábado, os ônibus convencionais que trafegavam pela pista exclusiva, na parte central da via, foram transferidas para as pistas mistas. De acordo com a BHTrans, os congestionamentos ainda devem ocorrer por algumas semanas, quando as linhas serão integradas ao sistema de transporte rápido na Estação Pampulha.

Desde o início da manhã, os motoristas já sentiram o aumento de tráfego nas pistas mistas da avenida. Em toda a extensão da via, foram registrados longos congestionamentos. O ponto de maior lentidão foi visto no trecho entre a nova Estação BRT Pampulha e a o câmpus da UFMG, no Bairro São Luiz. O reflexo da lentidão chegou até a Avenida Dom Pedro I.


A situação se complicou com uma manifestação de taxistas que protestaram contra o fechamento da busway para os táxis. O Sindicato dos Taxistas (Sincavir) informou que está dialogando com a BHTrans sobre a possibilidade de circulação na via central. Uma reunião está marcada para dia 22 de maio, quando será discutida a viabilidade técnica da operação de trânsito. Conforme o presidente do Sincavir, Ricardo Faeda, o protesto desta manhã foi isolado e promovido por condutores do Vetor Norte, que ficaram muito prejudicados com a nova circulação.

Em nota, a BHTrans informou que com a circulação do Move na pista exclusiva, houve uma redução de 82 ônibus na pista lateral de tráfego misto no pico da manhã, mas cerca de 190 ônibus convencionais que circulavam na pista exclusiva no trecho da Avenida Portugal até o Anel Rodoviário, foram transferidos provisoriamente para a lateral. A empresa admitiu que o aumento provocou lentidão na Antônio Carlos, mas que “é uma situação temporária, sob controle das equipes operacionais”.

Conforme a BHTrans, a situação será normalizada, gradativamente, ao longo das próximas semanas, quando as linhas convencionais, que agora trafegam pelas pistas laterais, serão integradas ao sistema Move na Estação Pampulha. Já na próxima fase do Move Antônio Carlos, mais outros 86 ônibus convencionais, totalizando 168, ou seja, 47% por cento do volume de ônibus municipais, serão retirados do corredor da avenida.

Estação Pampulha ficou cheia neste primeiro dia de operação em dia útil na Av. Antônio Carlos - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press

Falta de informação

Desde o último sábado, a primeira etapa do Move na Avenida Antônio Carlos entrou em operação. Foram criadas três novas linhas. A 50 (Estação Pampulha/Centro- Direta) está rodando da Estação Pampulha até o Centro, com paradas nas estações Carijós e Rio de Janeiro. A linha 51 (Estação Pampulha/Centro/Hospitais) tem paradas em 15 estações de transferência ao longo da Antônio Carlos. Depois segue para o Centro e vai para a área hospitalar. A linha 52 (Estação Pampulha/Lagoinha) parte da Estação Pampulha, para os pontos na Antônio Carlos e retorna no Complexo da Lagoinha. Neste primeiro momento da operação do BRT, oito linhas convencionais serão extintas (2212 A, B e C, 2213, 2215 A, B, C e D) e transformadas em sete linhas alimentadoras (614, 615, 616, 510, 645, 618 e 643).


O movimento na Estação Pampulha, inaugurado no sábado passado, também foi confuso na manhã de hoje. A situação é pior que a registrada no primeiro dia de funcionamento da Estação São Gabriel, quando o sistema foi aberto na Avenida Cristiano Machado. Ainda há obras no local, o que deixou passageiros confusos e a circulação de pessoas prejudicada. (Com informações de Luana Cruz e Guilherme Paranaíba).