(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Preso terceiro envolvido em morte de soldado da PM na Pampulha

Wilson Guimarães Filho, o Wilsinho, que tem várias passagens policiais, se entregou na tarde desta 3ª feira. Comparsa dele confessou ser o autor do tiro que matou o PM


postado em 20/05/2014 19:28 / atualizado em 21/05/2014 01:08

Wilsinho negou ter atirado em PM e confessou ter matado, acidentalmente, comparsa(foto: Reprodução/TV Alterosa)
Wilsinho negou ter atirado em PM e confessou ter matado, acidentalmente, comparsa (foto: Reprodução/TV Alterosa)
Se apresentou à Polícia Militar, na noite desta terça-feira, o terceiro suspeito de participar de um assalto que terminou com o assassinato do soldado da Polícia Militar André Luiz Lucas Neves, de 27 anos, no Bairro Ouro Preto, na Pampulha. Wilson Guimarães Filho, conhecido como Wilsinho, de 25 anos, era procurado desde a última sexta-feira, dia em que o policial foi baleado. Também nesta terça, segundo a Polícia Civil, José Henrique da Silva Bento, 32, que já estava detido desde o homicídio, confessou ser o autor do disparo que tirou a vida do militar.

Logo após se entregar, Wilsinho foi apresentado na 1ª Região Integrada de Segurança Publica, na Praça Rio Branco (Risp), no Centro da capital. Ele contou como foi a ação que resultou na morte do militar e afirmou que o tiro que matou o soldado foi dado pelo comparsa José Henrique. De acordo com o delegado Wagner Pinto, chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a versão de Wilson e a confissão do outro suspeito vão ajudar nas investigações, mas serão confrontadas com os resultados das perícias e dos trabalhos técnicos que estão sendo realizados.

“A informação demanda acareação, de verificar a demanda fática, o posicionamento das pessoas, as manchas sanguíneas. Só o curso do trabalho técnico e da investigação vai apontar quem fez o disparo, além da perícia e das provas testemunhais”, explicou Wagner Pinto.

A entrega de Wilsinho foi resultado de uma negociação que envolveu o suspeito e os familiares dele. De acordo com a comandante do Policiamento da Capital, coronel Cláudia Romualdo, as conversas entre as partes vinham acontecendo desde a sexta-feira. “Desde do dia que aconteceu os fatos, nós estamos diligenciando e checando todas as denúncias via 181. Também conseguimos restabelecer contatos com os familiares. Eles alegaram que não era ele o suspeito e afirmamos que a melhor forma era ele se entregar e dar a versão dele”, afirma.

Wilson exigiu que sua rendição acontecesse em um local público e movimentado e que o irmão acompanhasse tudo. Por volta das 18h, ele se aproximou da viatura da Coronel Cláudia na Avenida Pedro II, quase esquina com a Avenida Catalão, e se entregou. “Ele nos deu uma pistola .40 da Polícia Militar que pertencia ao soldado”, explica. Em seguida, o homem foi levado até a 1ª Risp. “Esse foi um dos pedidos dele”, comenta a comandante. O suspeito estava com um pequeno ferimento no olho, resultado da briga com o policial que morreu.

O suspeito, segundo a PM, tem entre cinco e seis passagens pela polícia. Ele já foi preso por roubos, receptação e responde a um homicídio culposo, por ter atropelado e matado um pedestre quando dirigia embriagado. As datas dos crimes e os locais onde eles ocorreram não foram informados.

Ainda segundo Wilsinho, ele só não se apresentou antes porque tinha medo de ser assassinado. “Não me entreguei porque estava com medo, porque o PM tinha morrido e nas entrevista todo mundo falando que tinha que matar e eu não queria me entregar não. Depois conversei com meu irmão, minha família, e conversei com a coronel (Cláudia) por telefone, e a ela me assegurou que ia ficar tudo bem comigo. Então, me senti à vontade para me entregar, porque não fui eu que matei policial nenhum, não sou assassino”, disse o suspeito.

Versão do crime

Wilson já tem várias passagens pela polícia(foto: Polícia Militar/Divulgação)
Wilson já tem várias passagens pela polícia (foto: Polícia Militar/Divulgação)
Wilsinho confirmou sua participação no crime, mas negou ter atirado no PM. No entanto, confessou ter matado, acidentalmente, o comparsa Ítalo Pedrosa de Souza Júnior, 22 anos. Logo após a morte do PM, o corpo de Ítalo foi encontrado com marcas de tiros dentro de um Peugeot preto, no Bairro Ouro Preto. O veículo estava sendo usado pelo trio de assaltantes, mas foi abandonado na Rua Rua Belterra.

Ainda segundo Wilsinho, ele e os dois comparsas estavam na Avenida Fleming com a intenção de assaltar pedestres para conseguir dinheiro para colocar gasolina no Peugeot que estavam usando. Ao abordarem mulheres na via, surgiu o soldado da PM. Wilsinho, que estava com um revolver calibre 32 na cintura, entrou em luta corporal com o PM, que também estava armado. Na briga, as duas armas caíram no chão. Nesse momento, ainda na versão de Wilsinho, José Henrique pegou a pistola .40 do militar e disparou duas vezes contra ele. O PM chegou a ser socorrido para o Hospital Odilon Behrens, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade de saúde.

Após a briga com o PM, o trio fugiu no Peugeot. Durante a fuga, Wilsinho contou que Ítalo estava dirigindo e ele ficou no banco traseiro. Ao manusear a arma do PM ela acabou disparando acidentalmente duas vezes. Ítalo foi atingido na nuca e morreu na hora. Após esse episódio, os outros dois suspeitos fugiram a pé. José Henrique acabou preso ainda na sexta com o 32. No mesmo dia, a PM iniciou uma intensa busca por Wilsinho.

“Aconteceu que a gente foi efetuar um assalto e deu tudo errado. Foi um desacerto. Não matei o Ítalo por querer, não tinha nada contra ele, eramos amigos. Foi acidental e não matei policial nenhum”, disse o suspeito.

Revolta

A morte do militar causou revolta ao s Policiais Militares. Aproximadamente mil pessoas compareceram no enterro do soldado. Os policiais fizeram uma manifestação para protestar contra a legislação penal. Os três envolvidos tinham juntos aproximadamente 30 passagens policiais, e mesmo assim continuavam nas ruas.

Nesta terça-feira, foi aprovado um requerimento pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para a realização de uma audiência pública para discutir os pontos questionados pelos militares. “Queremos receber e ouvir os policiais. Vamos convidar as entidades de classe, algumas autoridades, como o chefe da Polícia Civil, o comandante da PM, e presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais”, comenta o deputado Sargento Rodrigues (PDT) Rodrigues.

Com informações de Fernanda Penna - TV Alterosa


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)