A Polícia Civil investiga se os três homens envolvidos no assassinato do soldado da Polícia Militar André Luiz Lucas Neves, de 27 anos, fazem parte de uma quadrilha de roubos de veículos que atua na região da Pampulha. Na tarde desta quarta-feira, Wilson Guimarães Filho, de 25 anos, o Wilsinho, e José Henrique da Silva Bento, de 30, foram apresentados no Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP). José assumiu que deu o tiro no militar. O terceiro criminoso, Ítalo Pedrosa de Sousa Júnior, de 22, morreu vítima de um tiro do comparsa durante a ação.
As apurações sobre o crime vão continuar sendo feitas pelo delegado Rodrigo Bossi, que ainda contesta a versão passada pelos presos. “Vimos que há a necessidade de prolongar as investigações. Ainda temos que confirmar a versão deles sobre os fatos, pois como não há testemunha, fica difícil ver a veracidade nas falas deles. Outro ponto é de quem fez a proposta para assaltar. Cada um põe a responsabilidade no outro”, explica o policial.
Na versão dos presos, a intenção do grupo era roubar um veículo semelhante ao Peugeot, pois eles tinham rodado por Brumadinho em um veículo idêntico com Wilsinho na direção, e acabaram batendo o carro. O automóvel pertencia a namorada de José Henrique. Eles afirmam que rodaram pela Região da Pampulha em busca do alvo. Porém, o combustível estava acabando e por isso decidiram assaltar alguns pedestres.
Neste momento, André Luiz tentou defender as vítimas e acabou entrando em luta corporal com Wilsinho. Na briga, as armas dois dois homens caíram. José Henrique confessou em depoimento que pegou o revólver do comparsa e atirou contra o militar. “Ele fala que matou para defender o colega”, afirma Bossi.
José acabou preso horas depois em um cerco da PM. Na fuga, Wilsinho disparou acidentalmente a arma do policial dentro de um carro e acabou acertando a nuca de Ítalo Pedrosa, que morreu na hora. Wilson se entregou nessa terça-feira.
Pedidos de desculpas e indiciamento
Durante a coletiva, nesta quarta-feira, Wilson negou ter matado o policial, mas confirmou que acidentalmente atirou no comparsa. Também se mostrou arrependido e pediu desculpa à família do policial militar.
De acordo com o delegado Rodrigo Bossi, os dois presos vão responder por latrocínio – roubo seguido de morte e roubo. Wilsinho também deve responder por homicídio culposo – quando não há atenção de de matar – pelo assassinato de Ítalo.