A retirada de mais 86 ônibus que circulam diariamente nas pistas mistas da Avenida Antônio Carlos deve desafogar o trânsito, possivelmente a partir da próxima semana. Hoje a BHTrans anuncia a data de implantação da segunda fase do BRT/Move no corredor. Com a nova etapa, novas linhas alimentadoras vão trafegar entre os bairros e a Estação Pampulha, retirando da avenida linhas convencionais. A empresa pretende ainda aumentar o número de viagens das atuais alimentadoras, para atender ao crescimento da demanda de passageiros. O terminal também tem recebido ajustes de infraestrutura, com melhorias na sinalização e aumento do número de catracas.
A aposta da BHTrans para minimizar os impactos no trânsito na Avenida Antônio Carlos é a retirada de 85% dos ônibus que trafegam nas pistas laterais da via, no horário de pico da manhã. Serão 300 coletivos a menos, dos 354 veículos que ainda ocupam as pistas mistas, quando concluída a integração com o Move. Depois de fechado o corredor central, já deixaram circular na avenida 82 coletivos de oito linhas semi-expressas, com o início da operação da primeira fase do Move, no sábado.
Com a retirada de coletivos convencionais da avenida, eles serão substituídos por novas linhas alimentadoras, entre os bairros e a Estação Pampulha. Já as linhas troncais, entre a estação e outros destinos, seguem pelo corredor exclusivo. A BHTrans informou que duas mudanças já foram feitas para minimizar a superlotação dos novos ônibus e também da própria estação, mostrado pelo Estado de Minas na terça-feira. Uma das mudanças foi a instalação de seis catracas extras na Estação Pampulha, para facilitar a entrada de passageiros no terminal e o embarque, evitando tumultos.
A empresa também reforçou as viagens nas três linhas troncais que já estão funcionando. A de nnúmero 50 (Estação Pampulha/Centro – direta) ganhou mais 29 viagens das 7h às 8h da manhã. Já a linha 51 (Estação Pampulha/Centro/hospitais), teve reforço de 28 viagens no mesmo horário. A 52 (Estação Pampulha/Lagoinha) ganhou dois horários extras para atender a demanda.
Usuários do Move Antônio Carlos, que não estavam acostumados ao sistema tronco-alimentado, ao contrário dos passageiros da Estação São Gabriel, que já usavam o modelo de integração de linhas alimentadora e troncais, têm como principal reclamação o deslocamentos dos bairros para a Estação Pampulha. “Acho que precisam aumentar o número de viagens entre a estação e os bairros, para reduzir as filas. Da Pampulha ao Centro, e também no trecho contrário, o Move é rápido”, constatou a vigilante Maria Lúcia da Silva, de 24 anos.
PENDÊNCIAS
A estudante de gestão de recursos humanos Adriene de Fátima Batista, de 18, tem a mesma opinião. “Quando for resolvido o problema da demora nas linhas alimentadoras, o Move será uma maravilha”, acredita. O fotógrafo Paulo Henrique Campos, de 21, criticou a falta de informação, depois de embarcar em um veículo da linha 52 em direção ao Centro. “Pensei que desceria no Centro e o ônibus voltou. Sei que há um período de adaptação, que exige maior atenção de quem opera o sistema. Não há com negar que houve melhoras, a começar pelo fato de que agora o passageiro espera o ônibus em estações seguras e não em pontos em locais ermos, sem qualquer estrutura.”
A BHTrans informou que monitora permanentemente a operação dos equipamentos, infraestrutura, acessibilidade e das linhas, para fazer os ajustes que se fizerem necessários para atender os usuários com a maior agilidade possível. Em relação aos problemas estruturais da estação, a empresa informou em nota que acompanha, com a Sudecap, responsável pela execução das obras, todos os itens de infraestrutura – catracas, escadas rolantes, elevador, obras, limpeza da estação – para que a empreiteira proceda às correções necessárias. Ainda segundo a nota, as sinalizações na Estação Pampulha serão reforçadas com mais placas e faixas de tecido. Pessoas identificadas com o colete “Posso ajudar?” estão no local para encaminhar, se necessário, os usuários aos ônibus, tirando dúvidas e orientando os passageiros.