A coordenadora do curso de engenharia ambiental do Centro Universitário Newton Paiva, Érika Fabri, lembra que, para usar energia elétrica, é preciso haver um reservatório com queda d’água para gerar eletricidade. O que parece óbvio começa e termina bem perto de cada cidadão. “Na seca, se não gasto tanta energia, preciso soltar menos água e, assim, o nível do reservatório não vai baixar tanto. Quanto mais baixar, maior o risco de apagão, porque se não tenho água para fazer a queda d’água , não consigo gerar energia”, explica.
Além disso, qualquer redução de consumo de materiais implica na queda da produção de resíduos sólidos. “Se não gasto copo de plástico, não gasto água nem energia para produzi-lo. Com o papel, a mesma coisa. Apesar de empresas plantarem eucalipto, é preciso cortar árvore de qualquer maneira. Isso acaba com a vacuotranspiração das folhas. Implica em menos água evaporando e menos água caindo em forma de chuva, que não infiltra, não vai para o lençol freático nem para a nascente e não abastece o rio”, explica.
Cento e quarenta funcionários de uma empresa em Belo Horizonte estão levando a sério a nova tarefa. Desde fevereiro, os copos descartáveis foram substituídos por moringas e copos de vidro. Em quase quatro meses de campanha, houve redução de 40% no uso do utensílios de plástico. A meta é dobrar esse percentual até o fim do ano. Nos postos de trabalho, adesivos lembram que quanto mais papel se usa, mais árvores são cortadas.
O fundo de tela dos computadores é uma aula de boas maneiras, reforçando pedidos para apagar a luz e imprimir e gastar o necessário. A coordenadora de marketing da Tenco Shopping Centers, Bárbara Resende, diz que a ideia está sendo disseminada.
Já numa área de 8 hectares, por onde circulam cerca de 800 pessoas por dia, eliminar o desperdício é ordem para manter a qualidade dos serviços oferecidos e promover a consciência ambiental. Na Missão Ramacrisna, entidade de atendimento a crianças, adolescentes, adultos e idosos em Betim, na Grande BH, o programa Menos é mais desenvolve ações com funcionários e alunos com o intuito de reduzir gastos desnecessários.
Faça você mesmo
- Use lâmpadas mais econômicas. Troque as lâmpadas incandescentes por fluorescentes. Elas duram mais e gastam menos quantidade de energia
- Use a luz natural. Aproveite ao máximo a luz do dia deixando cortinas e portas abertas. Em caso de mesas de trabalho e de leitura, coloque-as perto das janelas. Além disso, não deixe as luzes acesas em ambientes onde não tem ninguém
- Máquina de lavar roupa e ferro de passar consomem bastante energia. Portanto, tente usá-los quando houver bastante roupa acumulada para fazer o trabalho de uma única vez
- Evite colocar o fogão e a geladeira perto um do outro. Eles podem interferir no consumo de energia. Além disso, não forre as prateleiras da geladeira, isso dificulta a passagem do ar, gastando mais energia
- Evite deixar aparelhos eletrônicos em stand-by. Apesar de desligados, esse modo pode representar um gasto alto
- Evite usar equipamentos de alto consumo, como ferro de passar roupa e chuveiro elétrico, nos horários de pico
- Quando viajar, desligue a chave geral da casa para não gastar energia com coisas desnecessárias
Fonte: Érika Fabri – Coordenadora do curso de engenharia ambiental do Centro Universitário Newton Paiva.