Jornal Estado de Minas

Funcionários dos aterros sanitários aderem à greve dos servidores da PBH

Trabalhadores responsáveis pela pesagem do lixo levado aos depósitos paralisaram os serviços nesta segunda-feira

Cristiane Silva Valquiria Lopes João Henrique do Vale
Trabalhadores da SLU em conversa com policiais militares na entrada do aterro sanitário do Conjunto Califórnia, Região Noroeste de BH - Foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press


Funcionários que trabalham nas balanças dos aterros sanitários de Belo Horizonte aderiram à greve dos servidores públicos da PBH e paralisam as atividades nesta segunda-feira, de acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel). Em greve desde o início deste mês, os garis participam de manifestações na BR-040, no Conjunto Califórnia, e na MGC-292, em Sabará, onde estão situados os depósitos de lixo. Houve tumulto em um dos protestos e uma pessoa acabou detida.

De acordo com o sindicato, as empreiteiras contratadas pela prefeitura para a coleta de lixo estão orientando os motoristas a não se dirigirem aos aterros municipais, porque o pagamento pelo serviço está vinculado ao peso dos caminhões, medido pelos “balanceiros”. As empreiteiras recebem por quilo de lixo levado aos locais. O Sindibel afirma, ainda, que a entrada nos locais não está impedida.

O protesto dos garis na porta do aterro sanitário do Conjunto Califórnia, Região Noroeste de BH, teve bate-boca e confusão. Alguns funcionários da limpeza se colocaram na frente do local e alguns caminhões não entraram. Os manifestantes alegam que não fecharam a entrada, e que apenas orientaram os trabalhadores terceirizados a ficarem do lado de fora.
Porém, durante o ato, responsáveis pela empreiteira determinaram a entrada dos funcionários mesmo sem fazer a pesagem dos caminhões.

Neste momento, aconteceu um tumulto e uma pessoa foi detida pela Polícia Militar. Militares do Batalhão de Choque também compareceram no local. Segundo a PM, um boletim de ocorrência foi feito pelas partes.


No último sábado, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais concedeu uma liminar à PBH determinando que o Sindibel “não impeça e, até mesmo, não dificulte o acesso dos funcionários da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), ou de outros servidores de departamento afim, relacionado ao serviço de limpeza urbana desta capital, aos aterros municipais especificados como CTRS BR 040 e Aterro de Macaúbas, localizado em Sabará”. Por meio de nota, a prefeitura informou que a Justiça estipulou uma multa de R$ 5 mil ao sindicato por cada hora de obstrução das entradas dos depósitos. Conforme a PBH, o despacho do desembargador Armando Freire diz, ainda, que “se oficie ao Comando da Polícia Militar de Minas Gerais, para conhecimento desta decisão e, em se fazendo necessário, garantia de seu cumprimento.”

A entidade que representa os trabalhadores afirma que só recebeu a liminar judicial às 9h desta segunda-feira e vem orientando os trabalhadores a cumprir integralmente a determinação. “No entanto, não pode obrigar as empreiteiras a conduzirem seus caminhões aos locais de despejo”. Enquanto o impasse continua, o lixo vem se acumulando nos bairros da capital. A prefeitura admite que o serviço ficou prejudicado, mas afirma que a SLU está tomando as providências necessárias para regularizar a coleta. .