A professora Regiane Viana, de 32 anos, chegou às 15h com o filho de 1 ano e quatro meses ao Hospital João Paulo II, na região hospitalar. Ele estava febril e com tosse. Às 17h, ela conseguiu passar pela triagem. “Fui atendida rapidamente no guichê de cadastro, mas depois nada mais andou.
A dona de casa Raianne Caroline Vieira Moreira, de 23, também estava com a filha Rebeca, de 7 meses, bastante gripada. “Cheguei às 14h, sou o número 119 e a fila parou no 75 há mais de uma hora. A gente fica sem alternativa, porque os centros de saúde também estão parados”, disse.
De acordo com a SES, foram registradas adesões em nove de um total de 21 unidades da Rede Fhemig, sendo que em quatro delas, a assistência não foi prejudicada. No maior pronto-socorro do estado, o João XXIII, apenas técnicos em enfermagem entraram em greve – 19 de um total de 134. Embora baixa, a adesão teve reflexos no setor de raios-X, causando atrasos nos exames. No Hospital Eduardo de Menezes, no Barreiro, 35% dos técnicos também cruzaram os braços. Por causa da redução no efetivo, pacientes que precisarem ser internados serão encaminhados para outras unidades – atualmente, 30 pessoas recebem cuidados no hospital do Bairro Bonsucesso.
GRANDE BH
No Hemominas de BH, seis servidores pararam os trabalhos. Em outras 14 unidades, não houve registros de adesões. Na Fundação Ezequiel Dias, 36 de um total de 1,2 mil funcionários também aderiram à paralisação. Na região metropolitana, foram afetados os atendimentos no Hospital Cristiano Machado, no Bairro Roças Grandes, em Sabará, e da Casa de Saúde Santa Izabel, em Betim.
O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) contesta os números oficiais, afirmando que a greve teve adesão de 60% dos servidores em todo o estado. O diretor Renato Barros afirma que a categoria aguarda reunião com o governador Alberto Pinto Coelho. Os servidores reivindicam a redução da jornada de trabalho de 40 horas/semana para 30 horas semanais sem redução salarial, revisão do plano de carreira, com menor tempo para promoção por escolaridade, e isonomia nas gratificações das diversas carreiras da saúde.