Um parque ecológico de 12,5 mil m², guardião de uma mata nativa que cobre 80% de seu território, sofre com atos de vandalismo e a falta de manutenção em Venda Nova. Localizado no Bairro Rio Branco, o parque Alexander Brandt, que poderia ser um pequeno santuário natural com atrativos para as famílias da região, parece abandonado em meio a pichações, iluminação insuficiente, brinquedos quebrados e pouca segurança.
Em contraste com vários outros equipamentos públicos do tipo na mesma região – que atraem centenas de moradores diariamente por terem área de lazer preservada, brinquedos em bom estado de conversação e presença de agentes da Guarda Municipal na portaria – a situação do Alexander Brandt é tão grave que afasta os visitantes. O resultado é um parque vazio na maior parte do dia.
Moradora do Bairro São João Batista, também em Venda Nova, a dona de casa Elisângela Pereira Leite, de 41 anos, passa diariamente pela Rua Joaquim Gonçalves da Silva, onde fica a entrada do parque, mas ainda não teve o interesse de conhecê-lo. “Nunca entrei porque não tem nenhum atrativo. É um lugar escuro e parece não ser bem cuidado. Até a placa na entrada está danificada.
A placa citada por Elisângela fica na parte superior da portaria e já dá mostras do que será encontrado lá dentro. Descascada e com marcas da ação do tempo, ela traz informações sobre o nome e a área do equipamento municipal, mas o letreiro foi parcialmente coberto por uma pichação. No interior do parque, o outro informativo também foi depredado e um mapa que indicava a localização da mata preservada em Belo Horizonte deu lugar a rabiscos.
As marcas do vandalismo não param por aí. Em fotos de divulgação do parque usadas pela Fundação de Parques Municipais no site da Prefeitura de Belo Horizonte, é possível visualizar um pequeno playground, onde havia um escorregador, dois balanços e uma gangorra. As imagens, feitas há sete anos, são bem diferentes da atual realidade. Hoje, o único equipamento que permanece inteiro é o escorregador, embora tenha sido rabiscado com tinta branca por pichadores. No lugar onde ficavam os balanços, não restaram nem mesmo as correntes do brinquedo.
Muros pichados e uma guarita com paredes riscadas e telhado caindo aumentam a sensação de abandono. Questionado sobre os problemas de conservação do local, o diretor de Parques da Área Norte, Rubens Soalheiro, confirma que a situação do Alexander Brandt é grave e carece de atenção especial. “Esse é um parque que sofre muito com o vandalismo, com as pichações”, admite. No caso dos brinquedos, por exemplo, Soalheiro afirma que a única solução é a troca por novos equipamentos. “A manutenção não seria mais viável, e por isso eles estão em processo de substituição”, justifica.
O diretor explica que o problema não é exclusividade do Alexander Brandt e que já existe um estudo para a manutenção dos parques na cidade, mas ainda não há prazo para que as melhorias sejam feitas.
Mudanças para atrair visitantes
Além de apagar as marcas deixadas pela depredação, o diretor de Parques da Área Norte conta que alguns projetos estão em análise para fazer com que área verde do Bairro Rio Branco passe a atrair os moradores e retome seu papel de espaço de convivência para quem reside em Venda Nova. “Estamos estudando junto com a Secretaria de Saúde de BH a possibilidade de instalar uma academia da cidade dentro do Alexander Brandt. Ainda não está confirmado, porque temos de respeitar o coeficiente de construção, já que aquela é uma área de preservação. Além disso, queremos que os alunos da escola municipal que fica ao lado do parque possam utilizá-lo para atividades educativas”, diz.
O Parque Ecológico Alexander Brandt fica na Rua Joaquim Gonçalves da Silva, 67 no Bairro Rio Branco, e funciona de terça-feira a domingo, de 8h às 18h..