Jornal Estado de Minas

Servidores municipais e professores estaduais mantêm greve

As categorias fizeram assembleias em diferentes pontos da cidade e se encontraram, depois de passeata, na Praça Sete. O trânsito ficou lento no Centro

João Henrique do Vale
Servidores municipais chegaram a fechar os dois sentidos da Avenida Afonso Pena - Foto: Reprodução / BHTrans
As paralisações dos servidores municipais de Belo Horizonte e de professores da rede estadual vão continuar.
Nesta quarta-feira, ambas as categorias realizaram assembleias, em locais distintos, e decidiram seguir em greve. Em seguida, saíram em passeata por ruas e avenidas de Belo Horizonte até se encontrarem na Praça Sete. Os cruzamentos das avenidas Afonso Pena e Amazonas foram fechados pelos manifestantes, o que deixou o trânsito lento no Centro da capital mineira.

Os servidores municipais não acataram a nova proposta feita pela Prefeitura de Belo Horizonte. A categoria se reuniu na Praça da Estação e na Praça Afonso Arinos, e decidiu não acatar o reajuste proposto. No fim da reunião, o grupo também optiou por fazer uma passeata pelo Centro da cidade. A continuidade da greve, que começou no dia 6 de maio, será decidida em uma assembleia unificada marcada para esta quinta-feira.

O reajuste salarial proposto pela PBH passou de 6% para 7%, pago em duas parcelas - uma em julho e outra em novembro.
O vale-alimentação passaria de R$ 17 para R$ 18. Além dos reajustes no salário e no vale-refeição/vale-alimentação, a Prefeitura ofereceu um abono aos servidores, em dezembro, em quatro faixas de acordo com a remuneração, beneficiando os que ganham menos. Para os servidores que têm remuneração até R$ 1,5 mil, o abono será de R$ 600. Para salário de até R$ 2,5 mil, o abono será de R$ 400. Para remuneração até R$ 3,5 mil, o abono será de R$ 300 e quem tem remuneração de até R$ 5,5 mil, o abono será de R$ 200. O pagamento desse abono representará uma despesa ao município de R$ 20 milhões.

Os servidores não aceitaram a proposta. Eles exigem 15% de reajuste salarial e aumento do vale-alimentação para R$ 28, além de reivindicações específicas de cada área.

Professores da rede estadual decidiram manter a greve que já dura sete dias - Foto: Reprodução/BHTrans

Saúde

Os servidores da saúde vão começar a cumprir a liminar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) que determina pelo menos 70% dos trabalhadores nas unidades de saúde de BH. De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), a prefeitura apresentou uma listagem dos servidores que estão em licença, de férias ou afastados por qualquer motivo. A medida tinha sido solicitada pelo desembargador Edgard Penna Amorim e só foi entregue nesta quarta-feira.

Professores Estaduais

Os professores da rede estadual de educação também decidiram continuar com a paralisação que já dura sete dias. A categoria se reuniu na tarde desta quarta-feira, na Praça da Assembleia, e depois saiu em passeata pela cidade. Os educadores querem negociar com o governo a pauta de reivindicações protocolada no dia 31 de janeiro deste ano. Entre os pedidos da categoria estão o reajuste salarial, progressão de carreira e a nomeação de concursados para cargos vagos.

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE-MG) afirma que ainda não recebeu proposta do governo. A categoria voltará a se reunir em assembleia no dia 4 de junho.


A Secretaria de Estado de Educação (SEE) informou, em nota, que a adesão à paralisação tem sido pequena desde o início do movimento. O percentual de professores que interromperam as atividades em nenhum momento chegou a 1%. A pasta reiterou, no documento, que as principais reivindicações apresentadas pela entidade não estão de acordo com a realidade da educação mineira.

Manifestação

Servidores municipais de Belo Horizonte e professores da rede estadual fizeram uma manifestação na tarde desta quarta-feira no Centro da cidade. Os grupos fizeram assembleias distintas em três pontos da cidade: na Praça da Assembleia, Praça da Estação e na Praça Afonso Arinos. Depois do encontro, eles saíram em passeata em direção à Praça Sete.

Os professores da rede estadual saíram da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pela Rua Rodrigues Caldas e em seguida pegaram a Rua Olegário Maciel, Rua Guajajaras, Rua Santa Catarina, Avenida Amazonas, até chegar na Praça Sete. Lá, eles se encontraram com os servidores municipais que estavam na Praça da Estação e na Praça Afonso Arinos.

Os cruzamentos das avenidas Afonso Pena e Amazonas chegaram a ser fechados por pouco tempo, por volta das 16h50, e rapidamente liberado. Mesmo assim, o trânsito ficou lento no entorno da Praça Sete.  Por volta das 17h45, os professores da rede estadual e os servidores municipais voltaram a fechar os cruzamentos entre as avenidas Afonso Pena e Amazonas.

A manifestação complicou o trânsito em diversos pontos da cidade. Os trechos mais atingidos foram a avenida do Contorno próximo ao viaduto Leste, os dois sentidos da Avenida Afonso Pena, na Avenida Bias Fortes com Avenida Álvares Cabral, e no entorno da Praça da Assembleia.


O grupo liberou a Avenida Afonso Pena, no sentido Bairro Mangabeiras/ Rodoviária, pouco depois das 18h. O outro lado permaneceu fechado até às 18h20..