A Comunidade dos Arturos, de Contagem, foi aprovada e reconhecida pelo Conselho Estadual de Patrimônio (CONEP), a partir desta quarta-feira, como bem cultural de natureza imaterial que constitui patrimônio cultural mineiro. Muita emoção e lágrimas de felicidade marcaram a apresentação de um documentário com imagens da comunidade, gravadas durante dois anos de trabalhos da equipe da gerência de Patrimônio Imaterial do IEPHA/MG.
Segundo Jorge Antonio da Silva, uma das lideranças da Comunidade dos Arturos, o reconhecimento dentro de Minas e do Brasil eleva a autoestima de cada membro. "Saber que os trabalhos de pesquisas em nossa comunidade resultaram no seu registro como bem cultural de Minas Gerais, é sinal que os nossos ancestrais não trabalharam em vão", disse. Os Arturos vivem na cidade de Contagem, Minas Gerais, e são uma comunidade familiar, tradicional, de ascendência negra, formada pelos descendentes e agregados de Arthur Camilo Silvério e Carmelinda Maria da Silva. Jorge ainda destaca a importância da fé e das tradições, a cada prestígio conquistado, como expressões culturais presentes nos sons e ritmos do Batuque, na Folia de Reis, no Candombe, no Reinado, na Festa da Abolição e de João do Mato. A relatora do processo, professora Ivana Denise Parrela, recomendou também o reconhecimento do Reinado/Congado, da Festa do Rosário e da Benzeção dos Arturos como patrimônio cultural de Minas Gerais e sua inscrição no Livro das Celebrações e Ritos.