A medida cautelar, segundo ele, visa a evitar mais prejuízos durante a Copa do Mundo. Para ele, o estado foi omisso ao permitir ação de vândalos durante horas nas lojas de venda de veículos. “Na época, apesar de insistentes pedidos de policiamento, os baderneiros causaram um prejuízo de R$ 16 milhões e deixaram dezenas de pais de famílias desempregados, com o fechamento das lojas”, reforçou Thiago. Na Avenida Antônio Carlos, Região da Pampulha, onde 17 estabelecimentos foram depredados e alguns tiveram veículos queimados, os comerciantes estão se preparando para uma verdadeira guerra. A Kia Motors, que teve a frente destruída e foi incendiada no ano passado, fez um escudo usando 24 contêineres de aço diante da fachada e construiu um muro duplo de seis metros de altura.
Já a chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Cláudia Romualdo, disse ontem que o planejamento prevê a presença da PM em vias públicas, cumprindo seu papel. “Esse é o comunicado que fizemos a eles em reunião no Ministério Público. A reunião foi uma troca de informações e eles apresentaram algumas ideias e sugestões. Nós participamos com as polícias Civil e Federal, no sentido de orientá-los até com relação à contratação de segurança privada. Fizemos uma ata na qual ficou ajustado que cada qual pode escolher o que fazer. Nós estaremos na rua”, disse a oficial.
Segundo a chefe do CPC, no ano passado a PM foi extremamente criticada por não agir. “Isso foi exaustivamente explicado. O Ministério Público recebeu da corporação um relatório de atuação. A Constituição prevê que a vida, a integridade física das pessoas, vêm primeiro que o patrimônio, seja ele público ou privado”, argumentou a coronel. Segundo ela, caso a PM tivesse feito qualquer intervenção e alguém saísse ferido, a sensação seria de perda, pois era grande a probabilidade de ferir manifestantes que não estavam praticando dano ao patrimônio nem violência, mas estavam próximos.
“A nossa parte, nós faremos. A Avenida Antônio Carlos é um corredor com várias concessionárias, mas estaremos nas ruas de uma maneira geral. Em alguns pontos estaremos de forma mais ostensiva do que estamos no dia a dia”, disse Cláudia Romualdo. O contigente de policiais militares nas ruas durante a Copa do Mundo, segundo ela, será bem superior ao efetivo que estava no ano passado.
DESABAFO
A comandante do CPC fez um desabafo emocionado ontem, ao participar de uma reunião da Comissão de Prevenção à Violência em Manifestações Populares, na sede do Ministério Público, respondendo às críticas de pessoas presentes de que os direitos humanos não são respeitados nas manifestações.
A coronel garantiu que as manifestações ocorrerão de maneira ordeira e pacífica, se não houver depredação, crime ou agressão física contra policiais. “Garanto que os perímetros de segurança, que não fomos nós que estabelecemos, mas que a nós incumbe proteger, não serão violados. Da nossa parte, a Copa do Mundo e qualquer outro evento transcorrerá sem que nenhuma prisão ocorra. Basta que não haja crime”, disse a coronel..