Os trabalhos de despoluição da Lagoa da Pampulha feitos pela Prefeitura de Belo Horizonte vão receber um reforço financeiro de R$ 34 milhões, anunciados ontem pelo governo de Minas. Ainda assim, não há uma data para o fim das intervenções. O processo começou há três anos e tem investimento internacional garantido de U$ 75 milhões, além de mais de R$ 100 milhões destinados pela Copasa, que trabalha no processo de interceptação do esgoto que cai em córregos de Contagem e deságuam na lagoa.
O desassoreamento já teve início, mas somente após a conclusão dos trabalhos da Copasa será possível terminar a dragagem e tratar o espelho d’água. O novo recurso, financiado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), faz parte de um pacote de R$ 100 milhões que serão investidos ainda no tratamento de dois córregos da Região Leste e em obras de mobilidade urbana.
“Assim que o trabalho (da Copasa) estiver concluído, poderemos fazer o tratamento da água. Um tratamento de choque para não esperar a renovação da água que ocorre somente depois de vários anos de chuva”, afirmou o prefeito Marcio Lacerda durante o anúncio da liberação do recurso ontem. Segundo ele, o dinheiro destinado pelo estado não significa uma obra nova, mas sim um complemento no orçamento.
A despoluição da Lagoa da Pampulha chegou a ser esperada para a Copa do Mundo, que começa dia 12. Em fevereiro deste ano, no entanto, a prefeitura informou que, por causa de problemas nos equipamentos usados no processo de dragagem de sedimentos, não haveria tempo hábil.
Ontem, o prefeito disse ainda que houve um atraso porque a Secretaria Estadual de Meio Ambiente demorou a licenciar um local onde fosse possível depositar os resíduos retirados da lagoa. “São 800 mil metros cúbicos. É uma situação difícil do ponto de vista ambiental. Mas agora o trabalho pegou ritmo e está bem adiantado”, afirmou.
Mobilidade
Além das obras de saneamento, o contrato entre a Prefeitura e o BDMG prevê incremento nas intervenções de mobilidade urbana da capital. Mais R$ 50 milhões serão usados para fazer mudanças semafóricas, criação de retornos, tratamento de esquinas e melhorias das condições para passagem de pedestres no Centro e regiões do entorno. Um dos exemplos será o fechamento da conversão à esquerda no cruzamento da Avenida Amazonas com Rua Araguari, para quem vai de Contagem com destino ao Centro. “Existe um tempo a mais de semáforo para quem quer entrar na Araguari. Vamos eliminar a conversão e diminuir o tempo perdido no trânsito”, explicou o prefeito. Segundo ele, as intervenções serão feitas aos poucos para não tumultuar a circulação na cidade.
O projeto batizado de MobiCentro envolve o desenvolvimento de soluções de engenharia de tráfego e transporte para melhoria da mobilidade urbana. Dentro da reprogramação semafórica, haverá redução dos ciclos de 120 para 90 segundos, o que visa à redução dos percursos, segundo a prefeitura. A liberação dos R$ 100 milhões será gradual. De acordo com o cronograma, serão R$ 50 milhões neste ano, R$ 25 milhões em 2015 e os R$ 25 milhões restantes em 2016.