Um assaltante enfrentou a fúria de pessoas ontem na Savassi, Centro-Sul de Belo Horizonte. Depois de roubar um smartphone de uma jovem, Adriano Albino da Silva, de 20 anos, tentou fugir a pé, mas foi impedido por populares. Houve tentativa de linchamento, mas a vítima do crime interveio para que ele não fosse agredido, embora tenha se arrependido depois.
O roubo do celular ocorreu por volta das 15h, quando a estudante de odontologia T.I.M., de 21 anos, estava com cinco colegas de faculdade. Elas haviam saído da escola, na Rua Santa Rita Durão, quando, na esquina com a Rua Alagoas, T. teve o aparelho arrancado do bolso traseiro. “Comecei a gritar ‘pega ladrão’ e saí correndo atrás dele. Pensei que, pelo fato de ele sair correndo, não estava armado e, por instinto, decidi persegui-lo”, contou a universitária.
Com os gritos da estudante, várias pessoas que seguiam pela Alagoas tentaram segurar Adriano, que conseguia se desviar e até chegou a pegar a mochila de um jovem que o cercou. Mas quando passou pelo ponto de táxi na esquina com a Rua Cláudio Manoel, ele foi derrubado por motoristas.
“Havia um rapaz bem exaltado, que disse tê-lo reconhecido como o homem que roubou seu irmão. Quando me aproximei, vi que algumas pessoas davam socos e chutes nele. Eu e minhas amigas pedimos para que não o agredissem, porque a polícia já havia sido chamada. Quando cheguei à unidade da Polícia Militar, descobri que ele tinha duas passagens por espancar mulheres, tráfico de drogas e outros roubos. Eu não deveria ter impedido a surra, pois ele merecia o mesmo tratamento dado às mulheres”, sugeriu a estudante.
T. disse que recuperou o smartphone e pensou em desistir de registrar o boletim de ocorrência. Segundo ela, o trâmite da prisão em flagrante é muito burocrático e, depois de três horas, o assaltante ainda não havia sido levado para a delegacia. “É muito desgastante para a vítima. Imagino que só no fim da noite serei liberada e o criminoso pouco depois já deve está nas ruas. Com o tanto de passagens que ele tem, não deveria estar livre para atacar outras pessoas”.
A manicure A.L.S., de 21, trabalha perto do local onde o criminoso foi detido. “Vi o tumulto e, quando cheguei, ele tinha levado socos e chutes. Algumas pessoas fizeram uma roda em torno dele para que não fosse ainda mais agredido.