O assassinato teve grande repercussão por causa da frieza do atirador e da audácia do de Rafael. A morte de Lígia Moreira Furtado, de 33 anos, foi toda filmada por câmeras de segurança da padaria onde ela trabalhava. As imagens mostram quando Martim entra correndo no estabelecimento e se esconde atrás da funcionária, que estava atrás de um balcão.
Em seguida, um outro homem entra no local com uma arma em punho e atira várias vezes em direção a balconista e Rafael. Três disparos atingiram a funcionária e outro feriu o criminoso no braço.
Em outubro de 2013, Rafael foi condenado a 18 anos de reclusão pelo Tribunal do Júri de Barbacena. Ele recorreu da decisão sob alegação de que a condenação foi contrária as provas do processo. O réu defende que agiu acobertado pela “excludente de ilicitude do estado de necessidade”, ou seja, sua ação foi legítima ao se valer da funcionária como proteção para poupar sua própria vida.
O desembargador Amauri Pinto Ferreira, relator do recurso, analisou o pedido do réu e destacou que, para a configuração do estado de necessidade, é necessário que “todos os envolvidos na situação fática estejam expostos a um perigo atual e inevitável.” Em relação ao assassinato, destaca que “a pobre vítima não era até então submetida a risco algum. Não tinha conhecimento das desavenças existentes entre os agentes e muito menos poderia prever que o réu entraria em seu local de trabalho e a surpreenderia”, disse.
Os desembargadores Eduardo Brum e Júlio Cézar Gutierrez acompanharam o relator.
Veja as imagens do crime na reportagem da TV Alterosa