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Estado de Minas

Casos de violência na Av. Nossa Senhora do Carmo geram insegurança e medo

Advogado foi perseguido e baleado na avenida três dias depois de tiroteio ter ferido duas pessoas na via. Comerciantes e frequentadores cobram mais policiamento


postado em 31/05/2014 06:00 / atualizado em 31/05/2014 06:58

Janela do carro estava fechada e assaltante perseguiu o advogado e a mulher (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)
Janela do carro estava fechada e assaltante perseguiu o advogado e a mulher (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)


Uma avenida no caminho do perigo. Três dias depois de servir como rota de fuga para dois assaltantes que praticaram um roubo no Sion, na Região Centro-Sul, a Avenida Nossa Senhora do Carmo foi palco de mais assalto. Na manhã de ontem, um advogado foi baleado na perna após ser abordado por motoqueiro armado que lhe exigiu que entregasse o relógio de luxo da marca Rolex. Na avenida de forte comércio, considerada no ano passado como uma das nove zonas quentes da capital e a que mais concentra crimes na Região Centro-Sul, comerciantes se queixam de falta de segurança e ausência de patrulhamento. Enquanto isso, se ‘armam’ de equipamentos eletrônicos para se proteger de crimes.

Na ocorrência de ontem, o advogado Renato Senna Abreu e Silva, de 46 anos, foi baleado quando voltava do Bairro Belvedere, onde havia ido levar os filhos à escola. De acordo com a Polícia Militar (PM), ele contou que ao ser abordado pelo assaltante, já começava a tirar o relógio do braço para entregar ao bandido, que ainda assim atirou na perna dele. Ele foi socorrido pelos policiais e levado ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, sem risco de morte. A mulher de Fernando, a também advogada Maria Cristina de Araújo Abreu e Silva, de 47, esteve no local para retirar o veículo e falou da indignação com a falta de segurança. “A polícia recomenda não usar o celular na rua, não usar um relógio caro ou uma joia porque podemos ser assaltados. Daqui a pouco não vamos poder sair de casa. Não seria mais fácil melhorar a segurança?”, questiona.

O reforço nas ações policiais é também reivindicação da gerente de vendas Alessandra Cavalcanti, da loja Azul Piscinas, na Avenida Nossa Senhora do Carmo, altura do Bairro São Pedro. “A segurança está péssima. A PM está fazendo muita falta. Há cerca de dois meses, haviam aumentado o efetivo aqui, com viaturas na porta dos estabelecimentos comerciais. Mas, agora, sumiram de novo”, conta. Segundo a gerente, para não ficar refém da ação dos bandidos e voltar a ter seu comércio assaltado, o dono da loja mandou instalar alarmes e orienta os funcionários a não ficarem sozinhos no estabelecimento.
O empresário também conta com o monitoramento do sistema de câmeras do prédio do conjunto de lojas onde a Piscina Azul está localizada. “Quando a polícia estava presente, os bandidos deram uma sumida, mas bastou diminuir o policiamento que as ocorrências voltaram a acontecer. A insegurança aqui é uma reclamação unânime entre os comerciantes”, contou.

ROTA DE FUGA

A localização estratégica para fuga com destino ao Anel Rodoviário e à BR-040 também é apontada pelos comerciantes como um facilitador para a ocorrência de crimes. Recepcionista no estúdio de Tattoo Reggae, na Avenida Nossa Senhora de Carmo, a estudante Isabela Faria, de 21, queixa-se desse perigo. “Acho que a situação é mais tranquila aqui perto da Avenida do Contorno. No trecho acima da Avenida Uruguai percebo que a ocorrência de crimes é maior, diz, referindo-se à facilidade que os bandidos encontram para desaparecer do policiamento após os crimes.


De acordo com a comandante do policiamento da capital, coronel Cláudia Romualdo, a PM planeja as ações preventivas em toda a cidade, dando enfoque às áreas com maior incidência de crimes, mapeadas pelo geoprocessamento de ocorrências policiais. “Todos os recursos que a PM tem para lançar nas ruas todos os dias, que são finitos, são lançados em prevenção na cidade inteira, mas à medida que os crimes ocorrem e há solicitação dos cidadãos, as viaturas e policiais são deslocados”, afirma. Ainda segundo a coronel, a situação da Nossa Senhora do Carmo não é diferente do restante da cidade. “Crimes ocorrem em qualquer lugar e o policiamento é deslocado assim que necessário”, afirma.

Memória


Na terça-feira, uma troca de tiros entre policiais militares e dois criminosos assustou comerciantes e pedestres na avenida Nossa Senhora do Carmo, na altura do Bairro Sion. Os assaltantes roubaram dois estabelecimentos na Avenida Uruguai e foram surpreendidos na fuga pela PM. A dupla saiu em direção à Nossa Senhora do Carmo, onde houve tiroteio. Um cliente e um frentista de um posto de combustível foram atingidos. Os dois ladrões foram detidos (foto). Em fevereiro, uma tentativa de assalto na avenida também terminou em perseguição e tiros. Um comerciante foi abordado no carro com a mulher por um assaltante que usava bolsa de entregador de pizza. Ele ordenou que o motorista entregasse o relógio, mas ele se negou a abrir o vidro. Chegando na Avenida do Contorno, a vítima empurrou a moto contra outro carro, mas um segundo assaltante quebrou o vidro do Jeep e atirou contra o comerciante.


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