Os funcionários e enfermeiros são todos das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e teriam trabalhado menos do que deveriam e recebido mais até que o teto permitido para os plantões. Alguns médicos teriam recebido sem ao menos comparecer no local de trabalho e, segundo a investigação, ainda foram lançados pagamentos em nomes de terceiros que nem mesmo fazem parte dos quadros da prefeitura.
A comissão detectou também que plantões foram autorizados em locais não permitidos, como as UBS (Unidades Básicas de Saúde) que funcionam somente até o fim da tarde e não necessitam de serviço extra fora do horário. De acordo com a assessoria da prefeitura, na sindicância interna os envolvidos teriam confessado as práticas ilegais. Agora, devido ao tamanho do rombo, o município terá que fazer uma auditoria para levantar o valor lesado dos cofres públicos.
Providências
O relatório, de 3 mil páginas, foi entregue ao promotor de Defesa do Patrimônio Público, João Davina. Ele se reuniu com o presidente da comissão, Marcos Jammal, que disse já estar preparando a denúncia. Uma cópia do documento também foi encaminhada para o Ministério Público Federal.
Por parte do município, medidas deverão ser tomadas para fiscalizar o cumprimento das escalas de trabalho, como a implantação do controle de ponto com sistema biométrico nas UPAs e no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Já os envolvidos, que incluem comissionados e concursados, responderão na Justiça e podem ser exonerados dos cargos após esgotado o direito de defesa..