Na tarde ontem, a equipe concluía o trabalho de disposição das peças, que terão, hoje, a companhia de uma das maiores atrações da mostra, a imagem de Nossa Senhora do Rosário, do distrito de Quinta do Sumidouro, em Pedro Leopoldo, na Grande BH. Além de imagens dos séculos 17, 18 e 19, em terracota e madeira, há prataria (turíbulos e coroas, por exemplo) e fragmentos de elementos artísticos de capelas e igrejas. Dividida em cinco módulos, a sala apresentará os temas O objeto como expressão de fé e devoção, representado pelo altar e colunas decoradas; A perda, explicando os furtos, que tiveram o auge no século passado; O descaminho ou o não-lugar, sobre as peças fora de sua origem; Apreensão, contando as operações desencadeadas em mais de 10 anos; e O retorno ou a Volta. A mostra faz parte da programação dos 200 anos de morte de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814), natural de Ouro Preto e patrono das artes no Brasil, e das comemorações do Ano do Barroco Mineiro.
“Minas já perdeu mais de 60% do seu patrimônio e, nesses últimos anos, já recuperarmos mais de 600 peças.
Conservação
A superintendente de Museus e Artes Visuais/Secretaria de Estado da Cultura, Márcia Renó Macedo, conta que as peças expostas não foram restauradas, mas higienizadas, tendo ficado, desde a apreensão, por determinação judicial, nas reservas técnicas do Museu Mineiro e do Iepha. Perto da parede pintada de preto, ela mostrou, ontem, as imagens degradadas (São Roque, São João Batista e Santo Antônio), e outras que tiveram, não se sabe exatamente o motivo, mãos adicionadas de forma grosseira.
“Ao abrigar a exposição Patrimônio Recuperado, o Museu Mineiro cumpre seu papel de apresentar ao público a produção artística de Minas, propondo uma reflexão sobre a importância de se resgatar obras de relevância intelectual e histórica, além de preservar e difundir a memória cultural de nosso estado”, afirmou a superintendente. Cada objeto exposto tem o nome, material usado, local da apreensão e, em alguns casos, possível procedência.
Denuncie
Quem tiver informações sobre peças roubadas e quiser fazer denúncias, ENTRE EM CONTATO:
» Ministério Público de Minas Gerais
e-mail: cppc@mp.mg.gov.br e telefone
(31) 3250-4620
» Iphan
Para obter ou dar informações, basta acessar o www.iphan.gov.br e verificar o banco de dados de peças desaparecidas. Denúncias anônimas podem ser feitas pelo telefone (21) 2262-1971, fax (21) 2524-0482, pelo e-mail bcp-emov@iphan.gov.br, ou no próprio banco online
» Iepha-MG
www.iepha.mg.gov.br ou pelo telefone
(31) 3235-2812 ou 2813
SERVIÇO
Exposição Patrimônio Recuperado – aberta ao público de amanhã a 20 de julho, de terça a sexta-feira, das 10h às 19h; quinta, das 12h às 21h; e sábado e domingo, das 12h às 19h.
Local: Museu Mineiro – Sala de Exposições Temporárias, na Avenida João Pinheiro, 342, no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Entrada gratuita.
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