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Estado de Minas

Novo incêndio em restaurante da capital alerta para perigos na cozinha

Em dois meses, dois estabelecimentos renomados da cidade pegaram fogo. Segundo os bombeiros, reincidência mostra que proprietários ignoram a importância da manutenção constante


postado em 06/06/2014 06:00 / atualizado em 06/06/2014 07:02

(foto: MATEUS PARREIRAS/EM/D.A PRESS)
(foto: MATEUS PARREIRAS/EM/D.A PRESS)
Novo incêndio em restaurante em menos de dois meses voltou a causar apreensão ontem em Belo Horizonte, às vésperas da Copa do Mundo. A Favorita, no Bairro de Lourdes, e o Santafé, na Savassi, também passaram pelo mesmo perigo. Desta vez, o susto aconteceu na cozinha do Caminhos de Minas, na Avenida Getúlio Vargas, esquina com a Rua Rio Grande do Norte, também na Savassi. Funcionários fizeram o primeiro combate ao princípio de incêndio no exaustor do estabelecimento até a chegada dos bombeiros, que debelaram o fogo, sem maiores danos ou vítimas.

A reincidência de fogo, entretanto, segundo especialistas e o Corpo de Bombeiros, indica que empresários do setor estão ignorando a manutenção frequente. Mais uma vez, o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), documento que atesta a segurança de uma edificação contra incêndio e pânico, não foi apresentado, de acordo com a corporação. Apesar dos números de incêndios em estabelecimentos comerciais, que inclui restaurantes, ter diminuído na Grande BH nos quatro primeiros meses do ano, de janeiro a abril de 2014, houve uma ocorrência a cada 27 horas.

O fogo começou por volta das 10h, no momento em que um dos funcionários do restaurante foi acender a churrasqueira na cozinha. O tenente Christian Cordeiro, do 1º Batalhão dos Bombeiros, informou que o acúmulo de gordura no exaustor pode ter causado o fogo, que pegou no aparelho posicionado em uma área externa, em cima do estabelecimento. Houve fuligem na cozinha, mas a maior parte da fumaça criou uma coluna densa que assustou quem trabalha no prédio ao lado e até quem passava na Avenida do Contorno, um quarteirão acima. O edifício empresarial Diamond Arch, que fica no número 874 da Getúlio Vargas, precisou ser evacuado, e dezenas de pessoas aguardaram na calçada o fim do trabalho dos bombeiros.



A assistente administrativa Cláudia Marcelino, de 38 anos, trabalha no sétimo andar do prédio e conta que a fumaça atingiu o décimo pavimento, entrando em algumas salas e causando apreensão. “Veio um cheiro bem forte e, logo depois, um aviso para todos deixarem os postos de trabalho e evacuarem o edifício”, informou.

O garçom Allan Vitor Ferreira de Souza, de 24, foi um dos primeiros a atuar no combate ao fogo, que, segundo ele, pegou apenas no exaustor posicionado em uma área aberta. “Não houve chama na cozinha, apenas fumaça. Não deu para saber de onde estava vindo, até que eu subi e vi o exaustor pegando fogo”, disse ele, ainda coberto com restos do pó químico usado para controlar a situação.

Nenhum responsável pelo Caminhos de Minas foi localizado pela reportagem do EM. Funcionários informaram que o estabelecimento ficou fechado ontem e não reabrirá hoje. Não houve interdição dos bombeiros, já que não existia risco iminente depois que o incêndio no exaustor foi controlado.

O tenente Christian Cordeiro, que comandou o atendimento dos bombeiros, informou que é comum a corporação encontrar casos em que o problema está relacionado com a falta de manutenção. “Em restaurante, é comum não fazer a limpeza frequente da chaminé ou do exaustor. Nesse caso, existem empresas especializadas que fazem o serviço. Esse tipo de trabalho tem que ser constante”, alertou o militar.

O presidente da Câmara de Mediação e Arbitragem do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea/Minas), Clémenceau Chiabi, lembra que, em primeiro lugar, o AVCB é a forma segura de atestar que o local está preparado para combater incêndio e evitar pânico em caso de fogo.

“A falta desse instrumento já é um problema. Mas, maior do que isso, é não dar a manutenção nos equipamentos de prevenção e combate ou naqueles de maior risco, caso dos exaustores”, disse. Chiabi explica que a validade do AVCB pode durar três ou cinco anos, dependendo da recepção de público. “Nesse intervalo, cabe aos empresários fazerem ajustes e manutenção para que o sistema funcione”, completa.

Vistoria

Em nota, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) defendeu o cumprimento de regras de segurança: “Todo empreendimento deve, obrigatoriamente, ser aprovado pelo Corpo de Bombeiros para entrar em funcionamento. Os restaurantes devem necessariamente possuir o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiro (AVCB), documento que comprova que o local possui condições seguras de saída e acesso fácil para os bombeiros em caso de incêndio, além de equipamentos próprios e específicos para o combate ao fogo”.

A entidade diz ainda que recomenda aos restaurantes investimento em aparelhos seguros, principalmente em fornos, fogões e instalações de gás liquefeito de petróleo (GLP) ou gás natural, com manutenção permanente. “A Abrasel sempre esclarece a seus associados sobre a importância de uniformes adequados e outros equipamentos de proteção individual”, conclui a nota.





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