Jornal Estado de Minas

Laços ajudaram a criar Museu da Inconfidência

Gustavo Werneck
Os laços entre Getúlio Vargas e Ouro Preto não se desfizeram com a morte do estudante paulista Carlos de Almeida Prado.
Quando se tornou presidente, eles se estreitaram e garantiram a preservação da cidade reconhecida como Monumento Nacional em 1933. Com a criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em seu governo, dirigido por Rodrigo Melo Franco de Andrade (1898-1969), a cidade foi tombada pela União em 1938, garantindo-se a preservação das construções dos séculos 18 e 19.

Outra iniciativa importante, também por ordem de Vargas, foi a criação do Museu da Inconfidência, na Praça Tiradentes, no Centro Histórico. Em 1936, o advogado, magistrado e historiador Augusto de Lima Júnior (1889-1970), integrante do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, foi encarregado por Getúlio de negociar o traslado para o Brasil dos restos mortais dos participantes da Inconfidência Mineira exumados na África, atualmente no Museu da Inconfidência.

Acervo

Antiga Câmara e Cadeia, o imponente prédio do Museu da Inconfidência foi restaurado para receber o Panteão, no andar térreo, e inaugurado com o traslado dos restos mortais em 21 de abril de 1942, quando se lembravam os 150 anos da declaração condenatória dos conjurados. O museu foi inaugurado em 11 de agosto de 1944 e as primeiras peças do acervo foram coletadas em várias cidades e vilas da Região Central. Vargas determinou a doação à instituição do sétimo volume dos Autos da Devassa e das traves da forca de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que estavam no Rio de Janeiro, e foram adquiridos de uma grande coleção de arte colonial..