Quatro delegacias terão intérpretes e outras unidades das principais cidades mineiras contarão com formulário de boletim de ocorrência em sete idiomas para atender os turistas estrangeiros que vão acompanhar a Copa do Mundo no estado. Equipamentos de videoconferência permitirão o contato direto entre as unidades policiais com atendimento bilíngue e os consulados. As informações foram divulgadas ontem pelo governador Alberto Pinto Coelho, durante a solenidade de comemoração dos 239 anos da Polícia Militar. Ainda ontem militares do Exército se concentraram na sede do 12º Batalhão de Infantaria, no Barro Preto, Centro-Sul de BH, para as instruções finais para a Copa.
Segundo Pinto Coelho, as forças de segurança do estado estão prontas para garantir a tranquilidade dos mineiros e dos turistas durante o Mundial, em conjunto com instituições municipais e federais. Na semana passada, o governo do estado já havia anunciado outra medida relacionada aos turistas de outros países. Será a agilização de inquéritos envolvendo estrangeiros que forem flagrados dirigindo bêbados em Belo Horizonte, a fim de que crimes de trânsito sejam punidos com mais rapidez.
De acordo com a coordenadora de Investigação e Polícia Judiciária, delegada Andréa Vacchiano, a partir da quinta-feira, a Delegacia Regional Sul, na Savassi, e a Delegacia de Eventos, na Pampulha, passam a contar com atendentes bilíngues (inglês e espanhol) para orientar estrangeiros.
“Nas outras unidades, incluindo cidades turísticas, além dos formulários em sete línguas, os policiais estão orientados a utilizar sistema de videoconferência para se comunicar com os atendentes bilíngues e até consulados”, explicou. As delegacias dos aeroportos de Confins e Pampulha também vão contar com atendimento especializado, enquanto na rodoviária será adotado o sistema de videoconferência.
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que cerca de 60 mil policiais militares, civis e bombeiros participam do esquema de segurança durante o evento. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde se espera maior concentração de turistas e torcedores, serão mais de 17 mil profissionais. Alberto Pinto Coelho destacou que o estado não se descuidará do policiamento nas demais regiões durante o evento. “É importante ressaltar o trabalho desenvolvido para acolher esse grande evento. Teremos milhares de militares dedicados à Copa, sem nos descuidarmos da ação policial no restante do estado”.
Entre os equipamentos tecnológicos que serão utilizados pela Polícia Militar durante a Copa estão imageadores aéreos, plataforma de observação elevada, Centro de Comando e Controle Móvel e robô antibombas. Uma delegacia-móvel montada em um ônibus será usada para reforçar a atuação da Polícia Civil. Um grupo de proteção pública, que envolve os órgãos de segurança estaduais, municipais e federais, foi criado para coordenar as ações.
Exército
Ontem à tarde, no 12º Batalhão de Infantaria, os cerca de 1,5 militares do Exército receberam as instruções finais. Quatro helicópteros, entre outras viaturas, foram apresentadas. No evento, um grupo de militares usava colete especial, em fibra de carbono, que suporta maior impacto, em caso de conflitos em manifestações.
“Vamos estar concentrados à frente de hotéis e centros de treinamentos de forma integrada com a Polícia Militar, aumentando a visibilidade da presença de representação de defesa durante o evento”, explicou o general Mário Lúcio Alves Araújo, coordenador de operações da Copa em BH. Nos casos de manifestações, porém, o Exército só entra em ação por ordem da Presidência da República, caso haja requisição do governo estadual.
PM investiga vídeo
A Polícia Militar informou ontem que vai identificar e investigar os policiais militares que aparecem em um vídeo na internet correndo e entoando um grito de guerra direcionado aos black blocs. No vídeo, os militares cantam: “Se prepara black bloc, sua hora vai chegar”. Segundo o tenente-coronel Alberto Luís, chefe de comunicação da corporação, as imagens serão enviadas para a Corregedoria da PM, que identificará qual a companhia e quem estava no comando da atividade. “Esse comportamento não é aceitável pela PM. Não temos nenhuma orientação para que isso seja feito. Não podemos ter um comportamento que não seja o desejável à autoridade da polícia. Os policiais são uma autoridade que age de acordo com a lei”, disse.
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