Jornal Estado de Minas

PF faz megaoperação contra quadrilha que movimenta milhões em tráfico internacional

Pelo menos 19 pessoas foram presas, sendo 14 em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas, duas em Belo Horizonte, uma em Curitiba (PR), uma em São Paulo (SP) e outra Brasília (DF)

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri
- Foto: Polícia Federal/Divulgação A Polícia Federal faz uma megaoperação nesta terça-feira em Minas Gerais e outros quatro estados para desarticular uma quadrilha de tráfico internacional de drogas.
Um dos líderes do bando praticou uma fraude bancária com rendimento anual de R$ 120 milhões. Até 8h, 19 pessoas foram presas - 14 em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas, duas em Belo Horizonte, uma em Curitiba (PR), uma em São Paulo (SP) e outra Brasília (DF). A ação especial ainda está em andamento e um balanço será apresentado no fim da manhã.

Para a Operação Athos foram expedidos 22 mandados de prisão preventiva, 38 de busca e apreensão e nove conduções coercitivas em Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Cerca de 250 policiais estão envolvidos na ação.
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De acordo com a PF, durante as investigações, foi identificado um núcleo responsável por financiar o tráfico de drogas. A quadrilha, que era uma das principais distribuidoras de drogas do país, adquiria entorpecentes na Bolívia e no Paraguai, trazendo de avião para o interior de São Paulo. De lá, os produtos eram distribuídos pelo estado, além de Minas, Rio de Janeiro e Região Nordeste do país.


Os criminosos movimentavam milhões de reais, usando contas bancárias, serviços de doleiros e dinheiro em espécie. A lavagem de dinheiro era feita por meio de empresas de transporte de passageiros e de comércio em geral. Além de documentos falsos, a quadrilha também contava com uma rede de tráfico de influência, que ajudava na manutenção das atividades criminosas.

Investigações e bens apreendidos

Como tentativa de desarticular o poder econômico da quadrilha, algumas medidas judiciais foram tomadas, como o bloqueio de valores e ativos depositados em instituições bancárias em titularidade de 28 CPFs e quatro CNPJs. Também foram providenciados o sequestro de todos os bens imóveis e veículos em nome das mesmas pessoas físicas e jurídicas, além do bloqueio de patrimônio já identificado dos criminosos, incluindo cinco aeronaves, quatro lanchas de luxo, um jet-ski, 11 imóveis e 14 veículos. Todo esses bens foram avaliados em cerca de R$70 milhões.

A PF já apreendeu 594 quilos de cocaína (pasta base e cloridrato), cerca de uma tonelada e meia de maconha, uma pistola da marca Glock (calibre .380), munições, seis veículos, um caminhão, R$203.695, 390.228 dólares, tendo prendido em flagrante 16 pessoas e detido uma, por transporte de numerário advindo do tráfico de drogas.

Mapa do tráfico organizado pela polícia durante as investigações. Na rota aparecem apelidos de alguns traficantes, cujas funções e papéis na quadrilha serão apresentados pela PF ainda hoje - Foto: Polícia Federal/Divulgação

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