Depois do desembarque de Chile, Uruguai e Argentina, a colônia sul-americana em Belo Horizonte ficou completa com a chegada dos torcedores colombianos, que vão acompanhar a seleção de seu país sábado, contra a Grécia, às 13h, no Mineirão. As cores mais vistas na cidade desde o início dessa semana não foram dos torcedores de seleções que se basearam em BH e arredores, mas sim o amarelo, vermelho e azul da bandeira colombiana. “Tem sido tudo muito seguro e surpreendente”, explicou o torcedor Osvaldo Orozco, de Medellín.
Alegres e cheios de amigos, os colombianos fizeram uma verdadeira ‘invasão’ a BH. Vindos de Cali, Barranquilha ou Bogotá, os torcedores da Colômbia já se destacam em pontos turísticos como a Igrejinha da Pampulha, o Mineirão e a Savassi. Mas o ponto de encontro dos torcedores tem sido a Praça da Liberdade, uma espécie de marco zero dos turistas que, com mapas nas mãos, partem de lá para conhecer outros pontos da cidade.
Depois de conhecer o Mineirão e a Igrejinha da Pampulha, o comerciante de Bogotá, Jorge Guio Lara, de 40, elogiou BH. “A cidade está muito limpa e tem uma arquitetura muito bonita.
“Os brasileiros parecem estar um pouco tristes com a política. Não entendo como não podem estar alegres. A seleção do Brasil tem chances de ser campeã. A nossa quase não tem, mas ainda assim vieram 40 mil torcedores colombianos ao Brasil. Nossas ruas estão todas enfeitadas com as cores da nossa bandeira”, disse o também comerciante de Bogotá, Orlando Salas, de 29 anos.
Mochileiros
Na região da Savassi e na Praça da Liberdade, é possível flagrar colombianos pedindo ajuda, vendendo artesanatos e equilibrando malabares, na tentativa de reunir dinheiro suficiente para participar da festa da Copa no Brasil. “Não tenho ingressos, mas vou assistir à partida entre Colômbia e Grécia em BH e depois sigo para Brasília, onde a minha seleção joga novamente”, conta o artista de rua Edwin Ordoñez, de 23 anos. Como é de costume entre o povo colombiano, ele e um amigo são jovens mochileiros e estão viajando pela rota da América Latina. Já passaram pelo Equador, Peru, Bolívia e Paraguai.
Reunidos em turma na Praça da Liberdade, estudantes que vieram da Colômbia para cursar o mestrado na UFMG sentem-se incomodados ao ver seus irmãos de sangue pedindo “monedas” em público. “Como no Brasil, existe desigualdade na Colômbia, mas esta cena não é boa para a imagem do nosso país”, afirma o universitário Felipe Calle. Depois de lamentar pelo destino dos colombianos mais pobres, Calle conta que está impressionado com a quantidade de comida e de bebida consumidos em BH. “Na Colômbia, quem cozinha é que serve os pratos. Aqui as pessoas mandam a gente servir e sempre oferecem mais um pedacinho de pão de queijo”, graceja ele, fazendo gestos com a mão para imitar os mineiros. Ele confessa ter engordado oito quilos em 15 dias.
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