A PF não deu muitos detalhes sobre a prisão, porque agora o juiz está sob poder do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Policiais cumpriram mandados de busca e apreensão, no fim da noite de ontem, na casa e no sítio do juiz. Os imóveis, que ficam na Zona Sul de Juiz de Fora, foram vasculhados por horas.
A PF recolheu documentos, computadores e um Camaro branco. A Corregedoria do TJMG acompanhou tudo e já havia determinado o afastamento dele na quarta-feira, mesmo antes da prisão.
Na saída para a viagem, o advogado do magistrado, Augusto Mendes, negou que ele estivesse sendo preso. Esclareceu que ele estava apenas viajando para prestar esclarecimentos no TJMG, em BH. O tribunal confirmou a prisão pelo porte ilegal de armas.
Durante as investigações da Operação Athos, a PF apurou que a droga vinha da Bolívia e passava pelo Paraguai, Triângulo Mineiro e interior de São Paulo antes de chegar à Zona da Mata de Minas. De Juiz de Fora, seguia principalmente para o Rio de Janeiro e o Nordeste. No dia da operação, um laboratório de preparo e manuseio de drogas foi estourado ontem pelos policiais, que também encontraram no local cerca de R$ 1 milhão em cheques. Segundo as investigações, o núcleo mineiro da quadrilha, radicado na cidade da Zona da Mata, usava agências de compra e venda de veículos para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas.
Veja na íntegra a nota do TJMG:
Em decorrência de procedimento instaurado perante o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que autorizou a investigação de condutas em tese delituosas atribuídas ao magistrado, foi expedido mandado de busca e apreensão na residência deste, ocasião em que a Polícia Federal, incumbida do cumprimento da ordem, encontrou armamento de uso restrito no local, o que, em tese, caracteriza a prática de delitos previstos no Estatuto do Desarmamento.
Em cumprimento ao que determina a Lei Orgânica da Magistratura – LOMAN, o magistrado foi apresentado ao Tribunal de Justiça, lavrando-se o auto de prisão que, em decorrência da preexistência do sobredito procedimento, foi imediatamente encaminhado à Relatora, Desembargadora Márcia Milanez, a quem cabe deliberar sobre o fato e aferir a legitimidade da prisão em todos os seus contornos. A matéria será submetida ao Órgão Especial do TJMG em sessão extraordinária convocada para o dia 13/06/2014, conforme as determinações legais..