(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Magistrado da Vara de Execuções Criminais de Juiz de Fora é preso

Amaury de Lima e Souza é suspeito de portar uma arma e munições de uso restrito. Também é apurada pela PF a relação dele com presos da Operação Athos, que prendeu uma quadrillha de traficantes


postado em 12/06/2014 10:07 / atualizado em 12/06/2014 14:06

O juiz afastado da Vara de Execuções Criminais de Juiz de Fora, Amaury de Lima e Souza, foi preso e conduzido para a sede da Polícia Federal (PF) em Belo Horizonte, na madrugada desta quinta-feira, porque está sob investigação. Ele é suspeito de portar uma arma e munições de uso restrito. Também é apurada a relação dele com presos da Operação Athos, que aconteceu na última terça-feira e resultou na prisão de 17 pessoas, 12 somente na cidade onde atua o magistrado. A quadrilha de tráfico internacional faturava cerca de R$ 20 milhões por mês, segundo estimativas da polícia, pois o esquema distribuía duas toneladas de cocaína por mês a R$ 10 mil cada quilo.

A PF não deu muitos detalhes sobre a prisão, porque agora o juiz está sob poder do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Policiais cumpriram mandados de busca e apreensão, no fim da noite de ontem, na casa e no sítio do juiz. Os imóveis, que ficam na Zona Sul de Juiz de Fora, foram vasculhados por horas.

A PF recolheu documentos, computadores e um Camaro branco. A Corregedoria do TJMG acompanhou tudo e já havia determinado o afastamento dele na quarta-feira, mesmo antes da prisão. A operação em Juiz de Fora foi blindada pelos policiais federais e corregedores. Primeiro as busca aconteceram na casa, depois no sítio e, por fim, Amaury foi colocado em um carro e transportado para a capital.

Na saída para a viagem, o advogado do magistrado, Augusto Mendes, negou que ele estivesse sendo preso. Esclareceu que ele estava apenas viajando para prestar esclarecimentos no TJMG, em BH. O tribunal confirmou a prisão pelo porte ilegal de armas.

Durante as investigações da Operação Athos, a PF apurou que a droga vinha da Bolívia e passava pelo Paraguai, Triângulo Mineiro e interior de São Paulo antes de chegar à Zona da Mata de Minas. De Juiz de Fora, seguia principalmente para o Rio de Janeiro e o Nordeste. No dia da operação, um laboratório de preparo e manuseio de drogas foi estourado ontem pelos policiais, que também encontraram no local cerca de R$ 1 milhão em cheques. Segundo as investigações, o núcleo mineiro da quadrilha, radicado na cidade da Zona da Mata, usava agências de compra e venda de veículos para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas.

Veja na íntegra a nota do TJMG:


Em decorrência de procedimento instaurado perante o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que autorizou a investigação de condutas em tese delituosas atribuídas ao magistrado, foi expedido mandado de busca e apreensão na residência deste, ocasião em que a Polícia Federal, incumbida do cumprimento da ordem, encontrou armamento de uso restrito no local, o que, em tese, caracteriza a prática de delitos previstos no Estatuto do Desarmamento.

Em cumprimento ao que determina a Lei Orgânica da Magistratura – LOMAN, o magistrado foi apresentado ao Tribunal de Justiça, lavrando-se o auto de prisão que, em decorrência da preexistência do sobredito procedimento, foi imediatamente encaminhado à Relatora, Desembargadora Márcia Milanez, a quem cabe deliberar sobre o fato e aferir a legitimidade da prisão em todos os seus contornos. A matéria será submetida ao Órgão Especial do TJMG em sessão extraordinária convocada para o dia 13/06/2014, conforme as determinações legais.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)